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Música

Surma lança hoje “alla”, disco que resulta de “uma viagem tão bonita”

Vulnerabilidade, experimentação, descoberta e partilha entre amigos temperam o álbum revelado esta sexta-feira, 11 de novembro.

Surma parte em digressão com o novo disco no dia 6 de dezembro - e o primeiro concerto é em Leiria Rui Palma

Chama-se “alla”, em sueco significa “todos” – “uma palavra em género”, explicou a própria -, e é o novo disco de Surma. Cinco anos após a estreia com “Antwerpen”, o segundo álbum do projeto da leiriense Débora Umbelino sai esta sexta-feira, 11 de novembro, e revela uma carga de “vulnerabilidade, experimentação, descoberta e uma partilha única entre amigos que me inspiram diariamente”.

“Foram dias incríveis em estúdio a explorar sonoridades e a tentar recriar uma nova persona e estética”, diz Surma sobre o novo trabalho, que resulta de “uma viagem tão bonita” realizada nos últimos anos.

Desde o disco de estreia, “foram cinco anos de muitos concertos, muitos aeroportos, de pessoas inacreditáveis que tive o prazer de conhecer e que ficaram na minha vida para sempre”, confessa Débora Umbelino.

Neste percurso, que a fez atuar em múltiplas geografias, desde Nova Iorque à Coreia do Sul, foi-lhe possível “trabalhar com áreas artísticas que nunca na vida pensei em trabalhar, muita aprendizagem, mas, acima de tudo, trabalhar com pessoas que adoro e que me fazem crescer todos os dias”, confessou, numa mensagem publicada hoje, dia de lançamento do novo “alla”.

O segundo disco conta com vários convidados, casos de Victor Torpedo, Cabrita, Selma Uamusse, Ana Deus, Joana Guerra, Angélica Salvi, Pedro Melo Alves, João Hasselberg e Exctasya.

tem como primeiro single “Islet”, lançado no início de outubro, e revelou, logo aí, o caráter pessoal deste mais recente trabalho, nomeadamente através da abordagem ao bullying, descrito na primeira pessoa pela artista e compositora de Leiria.

A partir de 6 de dezembro o novo disco será apresentado ao vivo em digressão, num formato novo: Surma deixará de estar a solo e terá em palco a companhia do baixista João Hasselberg e do percussionista Pedro Melo Alves, dois dos músicos que participaram num dos temas de “alla”.

A digressão arranca em Leiria, no Teatro José Lúcio da Silva. Depois há concertos no gnration em Braga e no Novo Ático – Coliseu do Porto Ageas, dias 10 e 11 de dezembro, respetivamente. Na GrETUA, em Aveiro, Surma atua no dia 16. Esta primeira tournée encerra na Culturgest, em Lisboa, a 17 de dezembro.

Música a música, por Surma

01. etel.vina
“Esta faixa é realmente especial para mim. É um tributo à minha avó materna. Começou com um simple riff de guitarra e fluiu muito naturalmente. A voz foi a última coisa a ser gravada e depois foi tudo produzido em estúdio”.

02. Islet
“Esta música foi a primeira a ser gravada. Durante a pandemia, em casa da minha avó, estava a mexer em várias coisas antigas até que encontrei um velho rádio. Enquanto estava a compor esta música, sintonizei uma rádio espanhola nesse transmissor, numa pequena aldeia de Portugal, no Vale do Horto! Peguei no telemóvel rapidamente e gravei. Foi o que deu origem à introdução da música. Mesmo antes de terminar as restantes músicas, sempre soube que este seria o primeiro single”

03. Tous Les Nuages
“Outra colabora com os incríveis amigos e músicos Cabrita (saxofone) e Victor Torpedo (guitarra). Sempre pensei nesta música com um arranjo psicadélico e o Cabrita eo Vitinho ajudaram muito nesse sentido. É uma daquelas músicas que, em estúdio, resultou numa verdadeira jam e num grande divertimento”

04. Nyanyana
“Esta música é fruto de uma colaboração com uma grande amiga, a Selma Uamusse. Começou com a exploração de samples, vozes e sons distorcidos. Um dia, no estúdio, a Selma trouxe uma letra em changana [uma das línguas de Moçambique] e nós começámos a gravar vários takes, um a seguir ao outro, até que alcançarmos uma atmosfera totalmente diferente daquilo que estávamos à espera. É assim, quando estamos com amigos em estúdio, que acontece a magia”

05. Tergiverso
“Esta música resulta também da colaboração com uma amiga, a Ana Deus, uma incrível cantautora portuguesa. Partimos da ideia de fazer um riff de sintetizador com uma melodia no refrão. A Ana escreveu todas as letras, em português, e levámos um dia no estúdio a gravar todas as ideias que tínhamos. A parte final da canção colocou-nos algumas dificuldades mas conseguimos encontrar uma solução que deixou todos satisfeitos”

06. Huvasti
“Também é uma colaboração com dois bons amigos, o Pedro Melo Alves (percussão) e o João Hasselberg (contrabaixo e sintetizadores). Esta ideia estava na gaveta há muito tempo e mostrei-a a eles, no estúdio, um pouco a medo. Mas o Pedro e Hassel ficaram muito felizes com ela e pegámos nos instrumentos e demos-lhe com toda a alma. É uma das minhas músicas favoritas do álbum. Talvez pelo amor e diversão
com que comungámos em estúdio”

07. Myrtise
“Outra colaboração com um amigo, o David (noiser). Eu tenho um antigo [teclado] Bontempi que comprei há alguns anos em Londres e há muito tempo que o queria usar. Fiz um pequeno riff sobre uma melodia simples e explorei toda essa atmosfera. O David acrescentou vozes duplas e uma atmosfera incrível. Podemos aqui identificar a influência islandesa de todas as bandas sonoras que oiço”

08. Aida
“Foi a música mais divertida em estúdio. Adoro trabalhar com o Rui [Gaspar, dos First Breath After Coma], porque nunca há fronteiras para nada. Há sempre uma liberdade incrível para criarmos sem limites. É sempre muito divertido trabalhar com ele”

09. Did I drop acid and this is my ego death?
“Mais uma colaboração com uma incrível amiga, a Ecstasya. Ela enviou-me uma demo verdadeiramente incrível e nós descontruímos a música até ficar mais crua, com um toque techno que nunca tínhamos explorado até agora. Ela é uma produtora techno incrível e esta é uma das nossas músicas favoritas no disco”

10. Biyelka
“Uma colaboração com duas incríveis amigas minhas, Joana Guerra (violoncelo) e Angélica Salvi (harpa). Esta música é uma peça clássica misturada com uma atmosfera alternativa e muita experimentação no que diz rspeito às vozes e arranjos”

11. Nico, My Love
“Velvet Underground? Sim, sou um grande fã! Têm sido uma grande inspiração para mim, desde criança. O Rui [Gaspar] e eu fomos para estúdio à procura de inspiração e acabámos a tocar esta música como uma piada. E acabou assim. É como uma história de amor para eles [Velvet Underground]”

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