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Combate as fake news

Ana Rita Ferreira: “É da integridade que resulta o sucesso da imprensa”

A aluna de 12.º ano, no Agrupamento de Escolas Henrique Sommer, na Maceira, alerta para o papel das redes sociais na disseminação de fake news.


Ana Rita Ferreira
Aluna de 12.º ano, no AEHS

Como seria o teu dia a dia se não houvesse liberdade de imprensa?
Os juízos que fazemos do que acontece no mundo dependem em grande parte da informação que nos chega através dos meios de comunicação social, por isso, estando assegurada a liberdade de imprensa e a veracidade dos factos, o nosso julgamento será autónomo. Imaginar o meu dia a dia sem liberdade de imprensa é, portanto, equacionar um cenário em que o pensamento crítico se encontra constringido por apenas contactar com uma porção da realidade, ou com algo que nem perto desta está, levando-me a adotar uma atitude previamente calculada por outrem, em vez de escolher por mim o curso de ação, que ainda que pudesse não ser o mais correto, seria de certeza o que mais contribuiria para a construção de uma sociedade livre.

O que podem os cidadãos e aqueles que têm responsabilidades políticas fazer para defender a imprensa?
O nosso estilo de vida atual, marcado por um ritmo vertiginoso, por uma vontade insaciável de saber tudo sobre todos e pela nossa curiosidade natural pelo que de mais dramático se passa neste mundo, faz com que a imprensa, em resposta a esta demanda, esteja, por vezes, numa constante corrida pelo conteúdo mais recente e sensacionalista. Ainda que seja uma vertente da imprensa que não deva ser esquecida, penso que uma das formas dos cidadãos defenderem a imprensa será conservarem as características que nela se revestem de singularidade, não a desviando da sua missão primeira de procura da verdade. O não condicionamento da atividade da imprensa é algo que se poderá aplicar também a figuras políticas, dado que a transparência e imparcialidade face a qualquer ideologia são pilares fundamentais, uma vez que assim não se impõem limites ao questionamento, indispensável no apuramento da verdade.

As redes sociais contribuem ou dificultam a defesa da liberdade de imprensa? Porquê?
O contributo das redes sociais para a partilha de informação e enquanto palco para a discussão dos mais variados temas é indubitável, contudo, o facto de permitirem expor livremente todo e qualquer conteúdo não é, a meu ver, sinónimo de concorrerem para a liberdade de imprensa. Dever-se-á ter em consideração que a incapacidade de averiguar a veracidade da informação partilhada, face ao seu rápido fluxo, surge como um obstáculo na defesa da liberdade de imprensa, uma vez que viabiliza a disseminação de Fake news e, consequentemente, contribui para a desinformação e manipulação da opinião pública.

O que pode a própria imprensa fazer para garantir que, no futuro, consegue continuar a cumprir a sua missão com independência e liberdade?
Os ideais defendidos pela imprensa são um guia orientador da sua missão, mas é da integridade de quem contribui para que a informação chegue todos os dias às pessoas que resulta o sucesso da mesma. Assim, penso que a perpetuação desta missão com independência e liberdade passará pela educação das camadas mais jovens, consciencializando-as para o importante papel da imprensa na defesa da democracia e da liberdade de pensamento.

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