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Fim de tarde de evasão na mata mágica da Curvachia habitada por Ninfas do Lis

O programa do festival A Porta contém algumas propostas misteriosas. Na segunda-feira, um desses desafios-surpresa, “TransPORTA-te”, levou duas dezenas de pessoas a embrenharem-se num dos tesouros naturais do concelho de Leiria. Esta quinta-feira, 15 de junho, há nova experiência inesperada.

FOTO: Joaquim Dâmaso

O convite era para ir à aventura, à descoberta de sítios novos, deixando-se levar pela experiência de estar num local onde nunca se esteve, a fazer algo que nunca se fez, com pessoas desconhecidas. O festival A Porta, misterioso, só dava duas informações: estar na Sé de Leiria e às 18 horas. O resto era à confiança.

Deixando para trás a rua Direita que é “casa” d’A Porta, duas dezenas de participantes foram dali levados de mente aberta e curiosidade temperada de entusiasmo. Destino? Um tesouro natural de Leiria: a Curvachia.

Ainda desconhecida de muitos, a preciosa mancha verde que cobre parte de várias freguesias de Leiria acolheu a primeira sessão de “TransPORTA-te” deste ano. O programa foi lançado pelo festival em 2022, quando levou quem se inscreveu a ouvir Inês Apenas sobre um reservatório dos SMAS, com 4 milhões
de litros de água.

Desta vez, na segunda-feira, a água ameaçava cair de cima, do céu bem cinzento, num final de tarde abafado e com luz filtrada pela vegetação, que tropicalizou ainda mais o “mergulho” nos trilhos da Curvachia. Foi uma revelação para muitos e um banquete para o espírito de todos os que serpentearam pelos caminhos, saltitando a ribeira de Chitas, com o guia Danilo Guimarães à frente, a ajudar nas passagens mais arriscadas e pronto a partilhar informações sobre os habitantes da mata.

Quando Danilo pediu silêncio para o grupo “sentir a floresta”, foi atendido. E isso contribuiu para adensar a surpresa reservada no carvalhal, de onde surgiram vozes doces, quase místicas, embalando a paisagem mágica. Em semicírculo, as Ninfas do Lis cantavam “Tu gitana”, de Zeca Afonso. Enquanto o maestro Mário Nascimento tentava evitar as picadelas das gilibardeiras, o coro feminino interpretou vários temas de Zeca e outros, neste concerto fora de portas.

No final, houve tempo para um encontro imediato com o guardião da Curvachia, José Agostinho, resolvido com diplomacia, entendimento mútuo e abraços coletivos ao impressionante Carvalho da Espera, talvez o mais antigo do distrito de Leiria.

O grupo lá se “retransportou” para Leiria, saltitando as pedras da cascata e roendo maçãs. Muitos já a pensar no desafio desta quinta-feira, dia 15 (já esgotado): um “TransPORTA-te de molho”. Este sim, promete… água.

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