O número de afogamentos de crianças e jovens em Portugal tem vindo a aumentar nos últimos anos, tendo provocado 14 mortes e 11 internamentos por ano, em média, entre 2020 e 2023.
Os dados constam do mais recente relatório da Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) relativo ao afogamento infantil, que indica ainda os meses de julho, agosto e junho como os meses mais críticos em termos de ocorrências. Os rapazes são, por outro lado, o grupo mais afetado, as piscinas o local com mais acidentes associados aos internamentos e as águas naturais o local onde ocorrem mais mortes por afogamento de crianças e jovens.
O maior número de mortes por afogamento ocorre na faixa dos 15 aos 19 anos, havendo registo de mais internamentos entre os 0 e os 4 anos, idade com mais ocorrências reportadas, aponta a APSI.
Já em 2024, e de acordo com casos recolhidos na imprensa, a associação registou 12 afogamentos entre crianças e jovens, sete dos quais foram fatais.
O afogamento infantil ocorre de forma rápida, silenciosa e em pouca água, volta a alertar a associação por ocasião do Dia Mundial da Prevenção do Afogamento, que se assinala esta sexta-feira, 25 de julho. Reforçando a importância da adoção de regras de segurança junto da água, lembra que “uma ínfima quantidade de água é suficiente para que o afogamento de uma criança ocorra”.
A APSI, que dinamiza campanhas de prevenção nesta área desde 2003, tem contado, nas últimas quatro edições, com a colaboração da GNR para a realização de ações de sensibilização das famílias com vista à adoção de medidas de prevenção.
315
Segundo a APSI, ocorreram 315 afogamentos mortais de crianças e jovens em Portugal, entre 2002 e 2023. Nesses 22 anos, há ainda registo de 650 internamentos na sequência de um afogamento entre jovens até aos 19 anos. Só nos últimos 4 anos, 55 crianças e jovens morreram por afogamento em Portugal (14 em 2020, 12 em 2021, 19 em 2022 e 10 em 2023). Entre as vítimas, 19 tinham até 4 anos, quatro entre 5 e 9 anos, oito entre 10 e 14 anos e 24 entre 15 e 19 anos, refere o mais recente relatório da associação
Cuidados a ter perto da água
- Não perca as crianças de vista nem por um segundo e redobre a vigilância;
- Nunca deixe uma criança com menos de três anos sozinha na banheira ou numa piscina insuflável;
- Nunca deixe uma criança perto da água sem a vigilância de um adulto que saiba como agir em caso de acidente, nem a deixe a tomar conta de crianças mais novas ou ao cuidado de crianças mais velhas, mesmo que seja por breves instantes;
- Fale com as crianças da importância de avisar sempre o adulto quando quiser brincar perto de piscinas ou tanques e de usar auxiliares de flutuação;
- Despeje toda a água de baldes, alguidares, banheiras e pequenas piscinas logo após utilização;
- Dificulte o acesso das crianças aos locais com água, vede tanques e piscinas com barreiras verticais altas, sem elementos escaláveis, sem aberturas e com portão de fecho automático;
- Tape os poços com tampa sólida e com cadeado;
- Escolha praias e piscinas vigiadas e cumpra a sinalização;
- Coletes de natação ou braçadeiras devem ser homologados e não dispensam vigilância;
- Em atividades aquáticas, todos devem usar colete salva-vidas;
- Aprenda a fazer reanimação cardiorrespiratória;
- Ligue 112 se presenciar uma situação de afogamento;
- Ensine as crianças a nadar, mas mantenha uma vigilância próxima;
- Ensine as crianças a não mergulharem em pontões, em zonas cuja profundidade desconhece ou onde existam rochas submersas ou desníveis, a nunca nadarem sozinhas e a manterem-se perto das margens.
Fonte: APSI/GNR