A atleta Joana Pontes estreou-se nos Campeonatos Mundiais de atletismo e melhorou o seu recorde pessoal, fixando-o em 03:09.07 horas, menos dois minutos do que o anterior (03:11,18, que tinha sido alcançada em julho), terminando no 27.º lugar.
“Eu estou mesmo bastante satisfeita e saio daqui muito motivada para continuar a trabalhar. Para mim, foi uma prova de superação. Não esperava fazer um recorde pessoal tão bom, nestas condições, e acabei por ficar nas 30 primeiras”, realçou a atleta do Leiria Marcha Atlética, que tinha também como objetivo evitar as penalizações.
Na segunda metade da corrida, a também fisioterapeuta superou 11 rivais, muito pela estratégia cautelosa com que abordou a prova.
“Tive de começar com alguma calma, tentar encontrar um grupo que fosse ao meu ritmo. Tive sempre companheiras e isso ajudou bastante. Depois, ao longo da prova, fui ganhando lugares e, seguindo de trás para a frente, também foi bastante motivante”, explicou Joana Pontes, assegurando que a experiência e o ambiente deste Mundial a deixou ainda mais motivada a trabalhar para voltar a estes palcos.
Do quarteto de atletas leirienses que está em Tóquio, até 21 de setembro, também Irina Rodrigues já competiu. A lançadora do disco, quarta nos últimos Campeonatos da Europa, foi 20.ª, com 59,23.
A marca ficou aquém dos 62,02 metros alcançados pela alemã Kristin Pudenz, que assegurou a 12.ª e última vaga na final, marcada para domingo, cuja qualificação direta estava fixada em 64 metros.
Apesar disso, a atleta de Leiria conseguiu a melhor marca de sempre na competição, com os 59,23 do segundo ensaio, após os 59,10 do primeiro e com um nulo a fechar.
“Sentia que podia ter lançado 60 metros e não lancei. É isso que me deixa um bocadinho triste, mas é mesmo só isso, porque eu estive seis meses sem saber se ia lançar ou não, por causa da minha rotura do lábrum da anca. Por isso, estar aqui e lançar sem dores, acho que é uma participação honrosa e da qual tenho de estar orgulhosa”, vincou a recordista nacional (66,60).
Irina Rodrigues enalteceu ainda o desfecho de uma atleta, e médica, de 34 anos, que permanece com o 17.º posto em Moscovo2013, na estreia como melhor resultado em Mundiais.
“Já sabem a minha logística, tenho de trabalhar, tenho de treinar e acho que consegui estar aqui e consegui a minha melhor marca em Campeonatos do Mundo. Fica só o amargo de boca de sentir que podia ter sido melhor”, lamentou.
A lançadora radicou-se no ano passado na ilha Terceira, onde é médica do Hospital de Santo Espírito, e reconhece que essa mudança para os Açores lhe conferiu outra tranquilidade para enfrentar as grandes competições.
“Estou muito mais tranquila. Acho que sou uma pessoa mais confiante. E hoje só não saiu aquele resultado que eu queria que saísse”, reiterou Irina Rodrigues, prometendo voltar aos grandes palcos, até por já ter a qualificação assegurada para os Europeus Birmingham2026.