Os reclusos dos estabelecimentos prisionais de Leiria e Tires vão participar em duas residências artísticas, num projeto que pretende utilizar o poder da arte como instrumento de inclusão e reinserção.
Em comunicado, a zet gallery, de Braga, responsável pela coordenação artística do projeto, refere que uma residência terá curadoria de Ilídio Candja e a outra de Fernanda Fragateiro.
A primeira residência decorrerá de 15 a 30 de setembro, na prisão de Leiria, envolvendo reclusos do sexo masculino entre os 15 e os 21 anos de idade.
O artista Ilídio Candja trabalhará com os reclusos na produção de uma pintura mural.
No final da residência, será, ainda, doada uma obra de arte a uma instituição de ensino superior.
O Estabelecimento Prisional de Tires acolherá o projeto de residência artística de Fernanda Fragateiro, de 29 de setembro a 7 de novembro, que prevê a alteração do interior da cadeia com as mulheres reclusas daquele espaço.
O projeto resulta de um acordo assinado em 15 de maio entre a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), a zet gallery e a Fundação Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Este acordo foi inspirado na participação da Santa Sé na Bienal de Veneza de 2024, que apresentou uma exposição no pavilhão dedicado aos direitos humanos, instalado na prisão feminina da Giudecca.
A zet gallery já tinha promovido, em 2018, uma residência artística no Estabelecimento Prisional de Braga, em que o artista Ricardo de Campos e sete reclusos produziram a peça “Revolta”, feita a partir de cobertores usados, que foi cedida à Universidade do Minho.