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Saúde

Cancro do pâncreas cresce mas investigação já permite curas iniciais

O diretor da Unidade de Cancro Digestivo na Fundação Champalimaud explicou que o cancro do pâncreas tem aumentado cerca de 1% ao ano na população geral.

O oncologista da Fundação Champalimaud Carlos Carvalho alertou que a incidência do cancro do pâncreas cresce nos países industrializados, com um aumento entre adultos, referindo que os avanços na investigação já permitem curas em casos iniciais.

Em declarações à Lusa, o diretor da Unidade de Cancro Digestivo na Fundação Champalimaud explicou que o cancro do pâncreas tem aumentado cerca de 1% ao ano na população geral, mas entre adultos dos 40 aos 55 anos, o crescimento anual varia entre 4% e 7%.

“Parece um número baixo, mas é um número significativo. Pode vir a tornar-se, segundo algumas previsões, na segunda causa de morte por cancro nos países industrializados dentro de cerca de 10 anos”, disse, no âmbito da 2.ª Conferência Internacional sobre o Cancro do Pâncreas, em Lisboa, no dia 30 de outubro.

Embora fatores como tabaco, álcool e diabetes sejam conhecidos, o médico destacou a obesidade como variável mais marcante.

“Aquilo que varia de todos estes fatores de uma forma mais clara é claramente a obesidade. Não podemos dizer qual é a razão, porque os estudos que permitem saber exatamente quais são os mecanismos para este aumento de risco são estudos difíceis, implicam muitos anos, mas (…) aquilo que mudou foi a obesidade. Se é o fator determinante ou não, não podemos ter a certeza, mas é preciso ter em atenção”, realçou.

De acordo com Carlos Carvalho, apesar da elevada mortalidade, os avanços na investigação e tratamento do cancro do pâncreas já permitem curas em casos iniciais, ressalvando que a Fundação tem reforçado esforços para combater um dos tumores mais resistentes e agressivos.

“O cancro do pâncreas é um dos tumores mais difíceis em vários aspetos. Muitas vezes, aparece diagnosticado já numa forma muito avançada já com metástases. Infelizmente, a cirurgia raramente é possível.

Mesmo nos casos iniciais, a evolução rápida e a resistência aos tratamentos convencionais tornam o prognóstico desafiante.

Carlos Carvalho vincou que o número de doentes tratados com maior eficácia “é cada vez maior” e reforçou a importância da evolução dos tratamentos contra o cancro do pâncreas, lembrando que modificar comportamentos associados a fatores de risco como obesidade, tabaco e álcool continua a ser um desafio.

O especialista lamentou ainda a inexistência de rastreios eficazes para o cancro do pâncreas, considerando que os métodos atuais não são rentáveis nem suficientemente precisos para rastrear a população, mas acredita que podem surgir mudanças importantes nos próximos anos, graças a avanços na genética molecular.


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