O Carnaval da Nazaré vai ser, em 2026, organizado pela primeira vez pela Real Confraria do Carnaval, em parceria com o município, que vai investir 120 mil euros num evento com o mote “É lance de muit’ pêxe”.
Com o objetivo de “despolitizar o Carnaval, retirando-o da alçada do município e entregando a sua organização e continuidade à sociedade civil”, os festejos carnavalescos serão, em 2026, organizados por “uma nova associação, constituída há cerca de um ano”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara da Nazaré, Serafim António (PSD).
À Real Confraria do Carnaval da Nazaré, que integra elementos de anteriores comissões carnavalescas, passa a caber a organização do Carnaval, mantendo-se “o apoio logístico e financeiro da autarquia, que este ano financiará as atividades com 120 mil euros”, afirmou Serafim António.
“É um ensaio que se está a fazer com este novo formato, em que toda a estrutura que a Câmara colocou à disposição do Carnaval nos últimos anos se mantém exatamente igual, cabendo à Real Confraria do Carnaval criar os eventos que vão fazer o Carnaval de 2026 e manter uma estrutura para, imediatamente a seguir, começar a trabalhar no que será o Carnaval de 2027”, explicou o autarca.
O mote escolhido para a edição 2026 – “É lance de muit’ pêxe” – é “uma expressão profundamente ligada ao imaginário marítimo e à memória coletiva da vila”, explicou a autarquia numa nota à imprensa.
O programa, que será apresentado na íntegra nas próximas semanas, manterá os elementos que fazem do Carnaval da Nazaré uma referência e que atrai à vila milhares de foliões: bailes de rua em várias localidades do concelho, desfiles, convívios de grupos, visitas protocolares e momentos de encontro comunitário.
As festividades terão início no dia 1 de janeiro, com o tradicional Baile na Tenda da Marginal, ocasião em que os Reis de 2026 serão oficialmente apresentados ao público e será divulgada a Marcha Geral.
O casal real da folia será protagonizado por Joaquim Bulhões e Paula Florência, “duas figuras conhecidas da comunidade e participantes ativos na vida carnavalesca local”, refere a nota.
O ciclo carnavalesco prolongar-se-á até à Quarta-feira de Cinzas, englobando o Sábado Magro, o Carnaval da Criança, o Desfile Noturno, as receções protocolares, os desfiles diurnos e as saídas dos grupos à Marginal.
Na escola, a escritora nazarena Isabel Ricardo irá dar vida à Marcha das Crianças e as suas obras inspirarão a criação gráfica associada ao desfile infantil.
O programa encerrará com o Enterro do Santo Entrudo, no dia 18 de fevereiro, e com a Gala do Carnaval, a 27 de fevereiro, momento de celebração da criatividade popular e de entrega de prémios, cegadas, ranchos e brincadeiras.
Durante este período, os Reis desempenharão, igualmente, funções institucionais e comunitárias, participando em iniciativas dos grupos, visitas a instituições e acompanhando a preparação dos carros alegóricos e dos trajes, num papel de representação que reforça a ligação entre a festa e a comunidade.
Na nota, a Câmara da Nazaré afirma assegurar “o apoio logístico, institucional e operacional indispensável à realização de todas as iniciativas, garantindo condições de segurança, mobilidade e acolhimento para residentes e visitantes”, vincando que a transferência da organização para a Real Confraria do Carnaval da Nazaré “representa o fortalecimento do movimento associativo local e a valorização das tradições que dão autenticidade a este Carnaval único no país”.
Serafim António adiantou à agência Lusa que os corsos carnavalescos e os festejos na marginal vão manter-se gratuitos.