O festival Acaso traz a Leiria uma viagem documental e ficcionada pelas histórias e memórias das carreteiras: mulheres que transportavam os móveis à cabeça no concelho de Paredes, na primeira metade do século XX.
Tempos que já lá vão e que quase as remeteram para o esquecimento, não fosse “Mulheres móveis”, uma proposta da Astro Fingido, que se serve de testemunhos das mulheres carreteiras e da prosa do poeta italiano Tonino Guerra para nos mostrar, no palco do Teatro Miguel Franco, este sábado, dia 27 (21h30, 5 euros, M6), um caminho de dor e sacrifício, pontuado por momentos de alegria e forte solidariedade, anuncia a companhia.
Em palco, Maria, Letinha, Justa e Sãozinha serão as últimas carreteiras – as que nos trazem o testemunho de um tempo de miséria e trabalho duro, sem prémio. Mas em que, inesperada mente, nem tudo é cinzento, nota a Astro Fingido, servindo-se das palavras de Tonino Guerra:
“A pobreza ajuda à fantasia. Na pobreza vive-se sob uma chuva de desejos suspensos”.
A encenação é de Fernando Moreira, a interpretação de Ângela Marques, Filomena Gigante, Luísa Calado e Patrícia Queirós.
“A grande viagem” no Castelo de Leiria
No domingo, o festival que celebra 30 anos sobe ao Castelo de Leiria com uma proposta que junta música e teatro – e que tem assinatura do ACERT . “Car12 – A grande viagem” conjuga humor com música, viajando por novos instrumentos e sonoridades de forma criativa e inesperada.
Esta viagem sem palavras acontece no dia 28 de setembro (18h, 5 euros, M6) e promete aos “passageiros” uma dramaturgia mágica, humorada e comovente, embalada por paisagens sonoras criadas pela execução de mais de uma dezena de instrumentos inventados e construídos especialmente para esta criação artística.
O festival Acaso é organizado pel’“O Nariz” e decorre até 2 de novembro.
