Cerca de cem mil pessoas marcaram presença na 10ª edição do Fólio, assistindo em Óbidos, durante 11 dias, a mais de uma centena de conversas entre autores e o público, 15 mesas de autor, tertúlias, seminários, lançamento de livros, concertos, exposições e entregas de prémios.
Entretanto, o município de Óbidos anunciou que em 2026 o Festival Literário Internacional de Óbidos vai decorrer entre os dias 8 e 18 de outubro, dedicado ao tema “Para além da pele”.
Inspirado na ativista feminista, filósofa, escritora e professora italiana Silvia Federici, o mote permite, segundo o presidente da Câmara de Óbidos, Filipe Daniel, “articular corpo, território, cuidado, ecologia e memória num mesmo gesto”.
A próxima edição terá como desafio “olhar não apenas para o corpo, mas para tudo o que o corpo precisa para viver — a terra, a água, o ar, o comum”. “Para além da pele, começa o corpo do mundo”, lembrou o autarca.
No final de uma edição histórica, que contou com a presença de oito centenas de autores, entre eles três prémios Nobel – Svetlana Alexievich, J. M. Coetzee e László Krasznahorkai, que acabaria por não participar na conversa prevista devido a questões de saúde -, o Fólio festejou dez anos com um vasto programa dedicado a “Fronteiras”.
Outras presenças relevantes foram as das norte-americanas Anne Applebaum e Lionel Shriver, o israelita Avi Shlaim, o espanhol Fernando Aramburu, o irlandês Paul Murray, o francês Pierre Singaravélou ou a da poetisa e historiadora angolana Ana Paula Tavares, recém-galardoada com o Prémio Camões 2025.
“Sabemos que a literatura continua a ser a mais bela fronteira da imaginação humana. Despedimo-nos desta 10ª edição com o coração cheio e o olhar no futuro”, frisou Filipe Daniel, considerando a edição que agora terminou “memorável” e “plena de significado”.
Foram onze dias “de intensa partilha, em que a literatura cruzou línguas, continentes e sensibilidades” numa prova viva de que “a cultura une comunidades e projeta Óbidos no mundo”, salientou.
