Domingo passado, 26 de outubro, parecia dia de festa popular nos Andrinos. Dezenas de carros parados na berma da estrada, um ir e vir de gente a meio da tarde. Mas o acontecimento era arte contemporânea.
Especificamente, a de Mário Lopes, o escultor natural de Santa Eufémia que há cerca de duas décadas trabalha num ateliê nos Andrinos. No dia 26 de outubro, o artista decidiu mostrar o espaço de trabalho, que atualmente integra também um estúdio onde exibe alguns dos seus trabalhos.
Mais de uma centena de visitantes respondeu à chamada para conhecer as esculturas de pedra e cortiça, pinturas, peças de vidro ou as instalações com milhares de cabeças de papoila que Mário Lopes tem criado nos últimos anos.
A estrela da tarde foi, contudo, “Cheshmeh”. A escultura desenhada pela iraniana Samaneh Reyhani, com quem o artista tem uma parceria criativa há vários anos. Mário Lopes deu forma à ideia de Reyhani nos Andrinos, desbastando três blocos de granito de Figueira de Castelo Rodrigo.

As quase 30 toneladas originais deram origem a uma escultura com sete metros de altura que está em fase de acabamento. Domingo, a abertura do ateliê-estúdio serviu também para pré-apresentar a maior peça alguma vez criada pelo artista leiriense.
Dentro de poucas semanas “Cheshmeh” (“Nascente de água” em persa) viaja para a Suécia, para ser instalada no pátio de uma escola situada na periferia de Estocolmo, na Suécia. A próxima obra a desenvolver por Mário Lopes é também uma criação de Samaneh Reyhani: uma escultura em granito para o espaço público do campus universitário de Lund, também na Suécia.
Depois desta primeira abertura ao público, a intenção de Mário Lopes é, no futuro, voltar a receber público em ocasiões pontuais, dando a conhecer o desenvolvimento de novas obras de arte e apresentar exposições.


