Maria Silvério, hoje com 88 anos, dedicou grande parte da sua vida à agricultura e venda em festas populares. Trabalhou até à reforma numa fábrica de pão e bolos na Alemanha. De regresso a Portugal, continuou a trabalhar “com a mesma energia e entusiasmo, vendendo tremoços e pevides em festas”.
Já Maria de Lurdes Almeida, 92 anos, destacou-se pela sua habilidade na cozinha, tendo confecionado diariamente refeições para centenas de pessoas, em restaurantes e grandes eventos. Natural de Seia, viveu em vários locais, antes de se fixar em Leiria.
Mais conhecida como Gena, Maria Eugénia Gaspar, de 80 anos, foi, durante a sua vida ativa, enfermeira, especialista em obstetrícia. “Apaixonada pela vida”, recorda que “adorava viajar, fins de semana na Serra da Estrela e ouvir ABBA e fados de Coimbra”.
Natural de Chãs, Manuel Filipe, com 90 anos, trabalhou no campo, numa fábrica de plásticos e em armazéns de vinho e águas. Sempre gostou de cultivar frutos e legumes, encontrando na terra, assim como na leitura, uma fonte de inspiração e de felicidade.
Aos 75 anos, Alice Pontes, do Coimbrão, também começou a trabalhar cedo na agricultura, tendo iniciado, com 40 anos, uma nova etapa profissional numa serração, onde se manteve até à reforma.
Joaquim Limpinho, “o amigo de todos”, nasceu na Nazaré e cresceu em Peniche. Nos anos 70, ele que “usava o cabelo comprido e tocava viola”, formou com os amigos a banda os “Brother”. Foi ainda pintor, bombeiro, pescador e servente, tendo trabalhado em França e na Holanda.





Estas são algumas das “histórias de vida” de utentes do Centro Social e Paroquial de Regueira de Pontes (CSPRP), patentes na exposição desenvolvida no âmbito da campanha de prevenção dos maus-tratos contra idosos que a instituição abraçou este ano.
Idealizada pelo CSPRP para “homenagear a vida dos idosos”, a iniciativa levou cada participante a um dos lugares que “simbolizam as suas memórias e percursos de vida”, explica ao REGIÃO DE LEIRIA Sofia Pereira, diretora técnica da instituição.
“Cada fotografia revela um pouco da história de vida de cada um, trabalho, momentos de lazer, afetos e símbolos de identidade, e tentámos retratar o que para cada idoso era importante, durante a sua vida ativa”, acrescenta.