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Sociedade

Homem julgado em Leiria por um crime de homicídio consumado e dois tentados

Em causa está a morte de um homem, de 72 anos, e ferimentos na mulher e no filho, na sequência de uma suposta dívida de 500 euros.

Imagem da escultura no exterior do edifício do tribunal de Leiria

Um homem de 32 anos vai ser julgado em Leiria pela alegada prática de três crimes de homicídio qualificado, um consumado e dois tentados, que ocorreram em março numa residência em Óbidos.

O arguido, detido preventivamente, vai ainda responder pelos crimes de detenção de arma proibida e violação de domicílio, de acordo com o despacho de acusação consultado pela agência Lusa.

Em causa está a morte de um homem, de 72 anos, e ferimentos na mulher e no filho, na sequência de uma suposta dívida de 500 euros.

Segundo o despacho final do Ministério Público (MP), a família conhecia há cerca de quatro anos o arguido, que trabalhou com o filho do casal na agricultura, “tendo, desde então, negócios de contornos” não apurados em conjunto.

No âmbito de tais negócios, o arguido vendeu ao septuagenário um carro por 500 euros, mas aquele não pagou, facto que lhe “provocou grande revolta”.

O MP referiu que o arguido era “visita habitual da residência das vítimas”, onde chegou a viver por um breve período, pelo que sabia que as janelas da marquise, apesar de fechadas, nunca ficavam trancadas.

Pelas 03h00 de dia 21 de março, o arguido, “revoltado por se sentir enganado e com instinto de vingança”, deslocando-se de Lisboa num motociclo, dirigiu-se à casa do casal e filho com a intenção de os matar, transportando consigo uma faca, cujo cabo tinha forrado com fita adesiva, “para permitir maior firmeza” ao desferir golpes.

Depois de entrar na habitação pela marquise, o arguido matou o septuagenário que estava a dormir sozinho.

O ruído acordou a mulher da vítima, que estava noutro quarto a dormir com a neta, menor de idade, e ainda o filho e a companheira deste, que estavam noutro quarto.

A mulher, de 69 anos, acabou esfaqueada, várias vezes, assim como o filho, com 30 anos, que se colocou à frente da companheira, tendo exortado o arguido a largar a faca e tentou mesmo retirá-la enquanto era agredido com a arma branca.

Quando o jovem começou a deslocar-se para a divisão onde estava a filha menor, para garantir que o arguido não entrava, era seguido por aquele que gritava, em inglês, “perdi o meu dinheiro, perdi a minha família”, relatou o MP.

O jovem escorregou e caiu, o arguido colocou-se em cima dele para lhe desferir um golpe com a faca na zona do peito, mas a vítima agarrou-a pelo gume.

A companheira agarrou o braço do suspeito e, para afastar o arguido do filho, a mãe desferiu vários golpes com duas peças decorativas na cabeça daquele.

O MP, que descreve as lesões na mãe e filho, sustentou que aquelas “eram idóneas a provocar” a morte, caso não tivessem sido prontamente socorridos.

A companheira e a criança não foram atingidas, “graças à proteção que lhes foi garantida pelas vítimas”, e conseguiram resguardar-se no quarto onde estava a menor e trancado a porta, tendo a primeira contactado o 112.

Para o MP, o arguido agiu com intenção de matar o septuagenário, a mulher e o filho, ao entrar “sub-repticiamente no interior da residência de madrugada”, por um “motivo fútil (uma pretensa dívida de 500 euros)”.

O julgamento, por um tribunal coletivo, está previsto iniciar em 08 de janeiro de 2026, no Tribunal Judicial de Leiria.

O arguido, estafeta de profissão, incorre na pena máxima, 25 anos de prisão, e na pena acessória de expulsão do país.


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