O antropólogo e antigo presidente da Assembleia Municipal da Nazaré, José Maria Trindade, faleceu esta terça-feira.
A informação foi comunicada pelo Município da Nazaré, que manifestou “profundo pesar”.
Nacido em 1959, José Maria Trindade foi professor de Geografia no Externato Dom Fuas Roupinho, fundador da Associação de Defesa da Nazaré e diretor do jornal “Notícias da Nazaré”. Com um percurso ligado à vida cívica, cultural e educativa da Nazaré, dedicou boa parte da vida a estudar a terra onde nasceu, tendo lançado em 2009 o livro “A Nazaré dos Pescadores”.
Desempenhou funções autárquicas, no mandato 1993-1997, tendo substituído Laborinho Lúcio como presidente da Assembleia Municipal da Nazaré.
Era presidente da mesa da Assembleia Geral da Cercina, instituição que também divulgou uma nota de pesar.
“Lamentamos o desaparecimento prematuro de uma personalidade de elevado estatuto intelectual mas, acima de tudo, de um amigo, dono de enorme afabilidade e sentido de humor refinado. A perplexidade face a esta partida súbita atinge-nos duramente, sentindo-nos roubados da presença de alguém que deveria continuar a brindar-nos com o seu conhecimento e sábio poder de reflexão durante muito mais tempo”, divulgou a Cercina, na sua página de Facebook.
José Maria Trindade iniciou a carreira universitária como assistente do Instituto de Antropologia Social da Universidade de Trondheim, na Noruega, percurso que viria a suspender por opção de intervenção cívica e política.
Licenciado em Antropologia pela Universidade Nova de Lisboa, completou o mestrado em Ciências da Educação, com especialização em Educação e Diversidade Cultural, pela Universidade do Porto.
Durante três décadas foi docente no Instituto Politécnico de Leiria, instituição na qual integrava o Conselho Pedagógico, em representação dos professores assistentes.
Também a instituição emitiu uma nota de pesar: “Para além do académico, o professor José Maria Trindade será sempre recordado e respeitado pela sua dimensão humana, pelo seu pensamento livre, pela cidadania, pela partilha de saberes, e pela palavra amiga com os seus pares. A sua presença continuará viva na memória da instituição e de todos quantos com ele tiveram o privilégio de aprender, trabalhar e conviver”.