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Estudar pode ficar caro mas há vários apoios públicos e privados

É uma aventura académica para o estudante e um desafio financeiro para as famílias. Os estudos, sobretudo no ensino superior, são sinónimo de investimento: intelectual e económico. Felizmente, há várias linhas de apoio e bolsas que podem ajudar na tarefa.

Escolher um curso, estudar, rumar a uma aventura académica pode ser estimulante. Todavia, há fatores que interferem nesta equação e que estão muito para além da simples vontade, vocação ou estímulo. De facto, o fator económico também pesa (e muito).

Para muitos estudantes e respetivas famílias, o acesso ao ensino superior representa não apenas um investimento no futuro, mas também um esforço financeiro significativo no presente.

Em Portugal, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), os custos com educação representam uma fatia considerável do orçamento familiar, especialmente para os agregados com rendimentos mais baixos. Propinas, alojamento, transportes, alimentação, material escolar, livros ou equipamentos tecnológicos são apenas algumas das despesas que se acumulam ao longo do ano letivo.
O conforto económico pode ter um impacto direto na tranquilidade com que se estuda. A insegurança financeira pode limitar o rendimento académico, obrigando muitos estudantes a conciliar os estudos com trabalhos a tempo parcial ou a viver em condições precárias, comprometendo o descanso, a alimentação adequada ou o acesso a materiais de estudo atualizados.

Para famílias com mais do que um filho em idade escolar e superior, a pressão é ainda maior, podendo ser necessária a contração de crédito, o adiamento de projetos pessoais ou o recurso à ajuda de familiares.

Em média, o total de estudantes declara despender 903,9 euros/mês, revelou o Inquérito às Condições Socioeconómica e Académicas dos estudantes do ensino superior, referente a 2023, elaborado pelo ISCTE. A grande fatia destas despesas é usualmente suportada pelas famílias. “O montante mensal médio proveniente da família é de 898,4 euros”, adianta o mesmo estudo que referia o alojamento como uma das despesas com um peso significativo: um custo médio mensal de 299,2 euros.

Este cenário leva frequentemente a escolhas condicionadas: estudantes que optam por instituições mais próximas de casa, não por preferência, mas por não poderem arcar com os encargos de viver fora; jovens que colocam em pausa a sua formação por falta de meios; ou, nalguns casos, talentos que se perdem por impossibilidade de continuar a estudar.

Ainda assim, há uma série de apoios – públicos e privados – que se podem revelar um auxílio precioso no alívio do impacto financeiro do estudo.

Como já vimos, estes apoios podem ser públicos ou privados. Para além de abrangerem propinas, também podem auxiliar nas despesas de alojamento, alimentação, transportes e até material escolar.

Um apoio que informa enquanto se aprende

Aceder a informação relevante e mediada, com a garantia de ser resultado de um processo de verificação, é uma ajuda para todos, incluindo, e sobretudo, para quem estuda.

Uma das medidas de apoio aos jovens representa um apoio neste capítulo: a oferta de assinaturas digitais de jornais para jovens. A medida foi aprovada recentemente pelo Governo e é destinada a jovens entre os 15 e os 18 anos, abrangendo cerca de 400 mil alunos do ensino secundário, tanto do sector público como do privado.

Desta forma, será possível a subscrição gratuita de jornais generalistas e económicos, de âmbito nacional, por um período de dois anos. Com esta iniciativa, publicada no Decreto-Lei n.º 42/2025, de 26 de março, pretende-se promover o acesso à informação de qualidade e incentivar os hábitos de leitura.

Não deixa de ser igualmente relevante sublinhar que a leitura de jornais permite uma visão mais alargada e fidedigna do que nos rodeia, condição essencial para a aprendizagem e a navegação no mundo em que vivemos.

Bolsas e linhas de apoio aos estudantes no ensino superior

Bolsas de Ação Social (DGES – Direção Geral do Ensino Superior)

A bolsa de estudo é assegurada pelo Estado e corresponde a um montante anual destinado à comparticipação das despesas ligadas à frequência de um curso ou de um estágio profissional de caráter obrigatório. A verba é atribuída a fundo perdido, geralmente para a duração de um ano letivo, destinada a situações em que o agregado familiar do estudante não conte com um nível mínimo adequado de recursos financeiros. Estes apoios são dirigidos a estudantes do ensino superior público e privado e podem abranger propinas, apoio para transporte, alimentação e alojamento.
Informações: www.dges.gov.pt

Bolsas +Superior

Este apoio público é direcionado a estudantes que se matriculam em instituições de algumas zonas do país – como é o caso de instituições de ensino superior de Bragança, Castelo Branco, Guarda, Santarém, entre outros. Destina-se a apoiar a frequência do ensino superior em regiões do país com menor procura e menor pressão demográfica por estudantes economicamente carenciados que residem habitualmente noutras regiões. A bolsa funciona como um valor adicional ao apoio das bolsas de ação social e tem um valor de 1.700 euros, podendo chegar aos 1.955 euros em alguns casos particulares.
Informações: www.dges.gov.pt

Bolsa por Mérito no Ensino Superior

Este apoio é dirigido a estudantes com desempenho académico excecional em instituições de ensino superior, tanto públicas quanto privadas, em Portugal. A bolsa é independente dos rendimentos pessoais dos estudantes e das suas famílias.
Informações: www.dges.gov.pt

Bolsas de estudo para frequência de estudantes com incapacidade

O reforço é concedido por verbas públicas e dirigido a estudantes com incapacidade igual ou superior a 60% em Portugal. A medida pretende alargar o âmbito da abertura e acesso ao ensino superior, numa perspetiva inclusiva.
Informações: www.dges.gov.pt

Bolsas municipais

Muitos municípios oferecem bolsas de estudo para residentes, com critérios variados. Vejamos o exemplo de Leiria. A autarquia conta com um apoio que corresponde a 100 bolsas de estudo, no valor de 750 euros cada. Esta verba é dirigida a estudantes do ensino superior que residam no concelho e que frequentem o ensino superior português. Abrange estudantes de TEsP, licenciatura ou mestrado integrado. Naturalmente que os valores do apoio e as condições de acesso deverão variar consoante a autarquia, mas o sucesso escolar e a situação de maior debilidade económica são critérios que, habitualmente, determinam o processo de seleção dos alunos apoiados. O ideal é consultar o regulamento de apoio do município de residência.
Informações: www.cm-leiria.pt ou nas páginas de internet das respetivas câmaras municipais

Programa ISA – Fundação José Neves (FJN)

Esta Fundação aposta num acordo de partilha de rendimentos como forma de apoiar os estudantes do ensino superior. A FJN paga a propina pelo aluno enquanto este frequenta o curso e o estudante só reembolsará este pagamento, quando e se atingir as metas definidas, usualmente delineadas de acordo com o rendimento que será de esperar que o aluno venha a ter. Como explica a própria Fundação, “0 estudante não precisa de apresentar garantias para poder beneficiar deste programa e apenas terá de reembolsar o valor investido pela Fundação na sua formação quando começar a trabalhar ou quando atingir um rendimento acima de um valor pré-determinado (fixado no momento da subscrição do ISA-FJN e dependente da área de formação e salário expectável)”.
Informações: https://www.joseneves.org

Fundação Calouste Gulbenkian

É uma instituição que, ao longo de várias décadas, se tem notabilizado pelo apoio à atividade criativa, intelectual e artística no país, entre outras facetas. Conta com vários tipos de apoio para estudantes. Ficam dois exemplos: as bolsas Gulbenkian Mérito “destinam-se a apoiar jovens de elevado potencial que se candidatam ao primeiro ano do ensino superior e que apresentam escassos recursos económicos”, explica a instituição. Com um valor de 2.000 euros por ano, inclui um reforço adicional para “a realização de um período de mobilidade internacional”.
Outra das bolsas da Fundação Calouste Gulbenkian, referente a “Novos Talentos”, é direcionada “a estudantes excecionais no ensino superior português, promovendo o seu talento e estimulando a iniciação à investigação”, pode variar entre 1.000 e 3.500 euros por ano.
Informações: https://gulbenkian.pt/bolsas-gulbenkian

Bolsas de entidades financeiras

Várias instituições financeiras dispõem de bolsas e apoios a estudantes. É o caso do Banco Santander ou das Bolsas Fundação “la Caixa”. São vários os tipos de apoio, destinos e tipos de cursos que podem ser abrangidos pelas linhas de apoio. As instruções e procedimentos de candidatura dependem de cada instituição ou do órgão responsável pela gestão das bolsas de estudo, pelo que é imprescindível obter informação junto das instituições.
Informações: entre outros https://app.santanderopenacademy.com
https://fundacaolacaixa.pt/pt/bolsas