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Ansiolítico urbano: Dia antiparalisia urbana

Numa estória que começa por “Era uma vez” – em que a narrativa leva, normalmente, a um clássico final feliz – há (também normalmente) lobos maus que comem velhinhas, porquinhos gordos preguiçosos ou ministros cursados a jato.

Ana Bonifácio, arquiteta urbanista ab@anabonifacio.com

Numa estória que começa por “Era uma vez” – em que a narrativa leva, normalmente, a um clássico final feliz – há (também normalmente) lobos maus que comem velhinhas, porquinhos gordos preguiçosos ou ministros cursados a jato.

Na história da cidade (longe, felizmente, de um fim) vai havendo lobos maus e disfarces que, tantas vezes, subvertem o curso natural da narrativa e que, por isso, geram agitação e mudança. Felizmente! A bem da evolução.

Da história da cidade fazem parte as pessoas com os seus movimentos. Hoje, é preciso não deixar entorpecer a cabeça, a mão ou a língua. É preciso intervir e, não os havendo, criar espaços de ação.

Exemplos: 1) a bem da melhoria da qualidade de vida urbana, a UN-HABITAT (agência das Nações Unidas para as cidades) criou um movimento global – I’m a City Changer – para a partilha e divulgação de iniciativas individuais, corporativas e públicas nas cidades; 2) no passado mês de maio, a CM de Lisboa lançou uma iniciativa – Ideias para Lisboa – que, visando estimular a cidadania ativa, consistiu na criação de um mural de 55 mil post-it a preencher por qualquer um com propostas para melhorar a cidade.

Contra a estagnação de ideias e pela valorização do ativo que, individual ou coletivamente, podemos e devemos Ser, invente-se já o dia mundial antiparalisia urbana. Pode muito bem ser hoje, 13 de julho. Agendamos?

(texto publicado na edição em papel de 13 de julho de 2012)