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Crónica irregular: Boas Festas todos os dias!

Não festejo o Natal. Festejo todos os dias, buscando continuamente o divino em mim e no que me rodeia.

Haridasi
Haridasi, monitora de OSHO Meditação e escritora haridasi.aa@gmail.com

Como a maioria da população mundial, cresci no seio de uma religião. A uns ensinaram-lhes que eram muçulmanos, judeus, hindus, budistas, etc., a mim que era cristã (católica) e que havia coisas que eram verdade porque sim – “verdade de fé” ou “doutrina social” são duas das expressões cruéis cujo conteúdo aniquila a beleza e liberdade do ser humano, reduzindo-o desde tenra idade a um ser endoutrinado e, assim, mais controlável por diversos poderes que não só as próprias igrejas. Estas infiltram-se socialmente sob a forma de códigos de conduta que condicionam até aqueles que não as professam.

Na verdade, ninguém pode nascer numa religião, é a religião que tem de nascer em nós. Diz Osho, um místico indiano: “Tem de abrir a sua alma e receber religião. Ela jorra em catadupa por todo o lado. (…) A religião não está nas igrejas, nas mesquitas, nos templos”(1). Ela está no coração daquele que busca. É tempo, pois, de abandonar as religiões estabelecidas, reduzidas a cultos, e atualizá-las em consonância com uma qualidade de consciência mais refinada que é a religiosidade, uma religiosidade que não tem etiquetas, que é íntima e que floresce através da busca individual que é a meditação.

Não festejo o Natal. Festejo todos os dias, buscando continuamente o divino em mim e no que me rodeia. Boas Festas Todos os Dias é o meu desejo amoroso para todos.

(1) in Osho, The DMivine Melody

(texto publicado na edição de 24 de dezembro de 2013)