Um grupo de 25 arguidos acusados de crimes como associação criminosa, tráfico de estupefacientes ou detenção de arma proibida começou hoje a ser julgado no tribunal de Leiria por falta de condições do Palácio da Justiça da Marinha.
Seis homens e duas mulheres encontram-se detidos, entre os quais os suspeitos de estarem “no topo da pirâmide”, segundo a acusação do Ministério Público.
Segundo explicou hoje um agente da PSP ao tribunal, a operação iniciou-se após ter recebido um contacto telefónico a denunciar que um autocarro da rede Expresso estaria a ser utilizado para troca de produto estupefaciente.
Após uma revista minuciosa ao automóvel, a PSP detectou dois pacotes “entalados” num dos bancos. Um dos arguidos teria deixado o produto no local, que seria levantado por outro, que iria comprar o bilhete com o número do mesmo lugar.
Através de escutas telefónicas e de vigilâncias, a PSP foi “subindo na pirâmide” até chegar ao alegado cabecilha da rede, um homem 48 anos, residente na Grande Lisboa.
O produto seria adquirido na Holanda e vendido a um segundo núcleo, residente na Cova da Moura, Amadora, que transaccionava a droga para o mercado.
Na base da pirâmide estariam, na sua maioria, toxicodependentes, residentes na Marinha Grande, que traficavam a droga em troca de doses para consumo.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>Segundo o juiz de instrução criminal, os arguidos, “de Fevereiro de 2007 a Maio de 2008, cederam entre si e a terceiros diversas quantidades de produto estupefaciente, sobretudo heroína e cocaína, bem como produto para aumentar a quantidade das respectivas doses a vender”.
A investigação concluiu que os arguidos “encontravam-se organizados e articulados em termos de pirâmide”, sendo que “no topo, e actuando em conjunto e comunhão de esforços e em concretização de um projecto comum”, estavam três dos arguidos.
Neste trabalho, eram secundados por outros cinco presumíveis traficantes, sendo que na base, e actuando individualmente, se encontravam os “demais arguidos”.
A decisão instrutória revela ainda que “as cedências tinham lugar em várias zonas do país”, nomeadamente Marinha Grande, Leiria, Nazaré, Lisboa e localidades limítrofes.
O julgamento prossegue esta tarde com a audição de mais testemunhas.