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Sindicatos de Leiria falam em protesto histórico no distrito

A União dos Sindicatos do Distrito de Leiria (USDL) e a UGT-Leiria consideram que a adesão à greve geral é “histórica”, destacando que o protesto se faz sentir em todos os setores de actividade.

A União dos Sindicatos do Distrito de Leiria (USDL) e a UGT-Leiria consideram que a adesão à greve geral é “histórica”, destacando que o protesto se faz sentir em todos os setores de actividade.

O coordenador da USDL, José Fernando, disse à agência Lusa que se trata de uma “grande greve geral”, adiantando que no distrito de Leiria o protesto “está a superar as expetativas”, embora ressalvando que os dados são provisórios.

Segundo José Fernando, na saúde, “houve adesão de 100 por cento em vários turnos nos hospitais de Peniche e Pombal”, sendo que no hospital de Leiria associaram-se ao protesto “51 por cento dos trabalhadores”, enquanto em Alcobaça “foi de 43 por cento”.

O responsável adiantou também haver “várias escolas encerradas”, apontando casos de estabelecimentos de ensino onde hoje não há aulas nos concelhos da Alcobaça, Marinha Grande, Nazaré, Pombal e Leiria.

O sindicalista afirmou ainda que vários serviços públicos por todo o distrito estão a garantir apenas “os mínimos”, referindo estações de CTT, tribunais, Finanças ou autarquias. A Câmara de Ansião está mesmo encerrada, confirmou o seu presidente.

Já no setor privado, José Fernando referiu que na empresa Vista Alegre, em Alcobaça, “houve num turno adesão de 100 por cento dos trabalhadores”, enquanto noutro “de 75 por cento”.

José Pedro Adrião, da UGT-Leiria, realçou que a adesão vem “dar razão aos sindicatos e provar que os trabalhadores querem uma alteração de política”.

Para o responsável, “a greve está a ser um sucesso”, embora “seja muito mais expressiva no setor público do que no privado”, situação que atribui ao medo.

“O protesto não paralisou o distrito, porque o medo está a fazer-se sentir e o protesto penaliza os trabalhadores em termos salariais”, frisou José Pedro Adrião.

Por seu turno, o presidente da NERLEI – Associação Empresarial da Região de Leiria disse não acreditar num “grande impacto da greve” no setor privado, admitindo que a adesão dos funcionários “resultará, principalmente, de motivações partidárias e da insatisfação com o desemprego que tende a crescer”.

Ribeiro Vieira considerou que “a greve dos serviços públicos tem impacto na actividade empresarial privada mas não haverá grande perturbação direta”.

O empresário acrescentou que esta “é, sobretudo, uma greve dos trabalhadores públicos”, referindo que “é sobre o setor público que têm que incidir as medidas mais restritivas em relação à despesa do Estado. Por muito que custe, o Estado tem muitas estruturas, institutos, organismos e gasta muito dinheiro nisso, bloqueando o progresso do país”.

A CGTP e a UGT realizam hoje uma greve geral conjunta contra as medidas de austeridade, anunciadas pelo Governo em setembro, que têm como objetivo consolidar as contas públicas, entre as quais se encontram cortes nos salários dos trabalhadores do Estado, o congelamento das pensões em 2011 e o aumento em dois pontos percentuais do IVA.

Esta é a segunda greve geral marcada pelas duas centrais. A primeira realizou-se há 22 anos contra o pacote laboral.

(ilustração: PRIS)


Secção de comentários

  • Ambrizete disse:

    A greve é um direito que assiste a todos os trabalhadores, e era o que mais faltava que assim não fosse! Mas aderir a uma greve em busca de algo a que temos, ou julgamos ter, direito é uma coisa; fazer uma greve que sabemos de antemão não fazer qualquer sentido neste momento, é outra. Isto, como se não soubéssemos todos que dentro em breve veremos e sofreremos medidas mais duras mas necessárias! Só é pena que muito boa gente não pense por sua própria cabeça e se deixe manietar por profissionais habilidosos do meio sindical. Reclamam victória, mas é bom que expliquem bem que tipo de victória alcançaram, para que os que os seguiram possam fazer o seu juízo daqui por alguns meses!

  • Ambrizete disse:

    Não é segredo que a União dos Sindicatos é 100% controlada pelo Partido Comunista, tal como são controlados todos os Órgão que dela fazem parte. O Coordenador não manda rigorosamente nada e limita-se a frases publicitárias encomendadas e já gravadas pelo Partido. Como nada mandam outros seus parceiros que não passam de pontas de tentáculos que o Partido continua, e continuará a estender a todos os meios sindicais. Se houvesse o mínimo de bom senso e responsabilidade, esta greve nunca teria existido, neste contexto. A partir de hoje, muitos trabalhadores irão sentir na pele a ira do patronato, tal como os "responsáveis" pela União iriam sentir da parte do seu patrão, o Partido Comunista!

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