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Cesarianas a diminuir no hospital de Leiria

No bloco de partos do antigo Hospital de Santo André, a percentagem de cesarianas tem vindo a diminuir, depois de um pico de 34,04%, em 2008

Estaremos perante uma dicotomia irreconciliável – de um lado, os nascimentos em casa e, do outro, as cesarianas? “As duas coisas são sintomas do facto de não haver obstetras que acreditem que as mulheres são capazes de ter bebés. As mulheres também deixaram de acreditar e depositam todas as decisões nas mãos dos médicos”.

Ângela Coelho, psicóloga de formação e doula desde 2005, resume esta questão explicando que todas as intervenções que acontecem nas maternidades, como a indução do parto ou a administração da anestesia epidural, são consequências desta descrença generalizada – que muitos destes partos, por serem intervencionados, terminam em cesariana.

Neste cenário, as mulheres que acreditam na sua capacidade e que querem ser autoras dos seus partos optam por ficar em casa, com o acompanhamento que as faz sentir confortáveis. “Em Inglaterra”, acrescenta, “há opções. Há parteiras profissionais, por exemplo”.

Podemos, no entanto, assinalar alguns indicadores de que este assunto não está encerrado. No Hospital de São João, no Porto, existe, desde 2008, um bloco para partos naturais. Na altura da inauguração, o médico responsável, Diogo Ayres de Campos, declarou à agência Lusa que os enfermeiros obstetras “podem orientar os partos de baixo risco”, devendo “dispor de mais autonomia”.

No bloco de partos do antigo Hospital de Santo André, a percentagem de cesarianas tem vindo a diminuir, depois de um pico de 34,04%, em 2008. “A cesariana tem uma morbilidade maior que um parto normal, podendo condicionar o futuro obstétrico da mulher”, esclarece Alícia Rita, directora do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia. “Não advogamos a sua prática a pedido da utente, embora sejamos cada vez mais solicitados nesse sentido, e há indicações maternas e fetais precisas que devem ser respeitadas. No entanto, o esforço de sensibilização que tem vindo a ser feito está a resultar”.

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