Assinar
Saúde

E se o seu filho lhe pedir doces? Seja firme e estabeleça regras

A proibição nem sempre é a melhor estratégia. Pode estabelecer-se regras e procurar as opções mais saudáveis. Evite os que têm mais açúcar e gordura.

Mais de 18% das crianças portuguesas têm excesso de peso ou são obesas. A conclusão, preocupante, é de um estudo que abrangeu 44 mil crianças entre os 5 os 15 anos, entre abril e dezembro de 2010, em 381 escolas, por iniciativa do Centro de Nutrição e Alimentação Mimosa.

Há causas bem conhecidas. Ao sedentarismo acrescem, por exemplo, os maus hábitos alimentares. Mas se pensa que são apenas os doces os grandes culpados, desengane-se. Muitos outros fatores concorrem para esta situação, adianta Cátia Pontes, nutricionista e responsável da Alimentarte, na Marinha Grande.

Ainda assim, “o facto das crianças terem um acesso muito mais facilitado a este tipo de alimentos também proporciona um consumo excessivo”, revela, embora considere não ser este o fator mais importante.

Até porque existem doces que podem ser considerados saudáveis. “São aqueles que são feitos com ingredientes
de boa qualidade nutricional e limitados em açúcar e gordura”, nota a especialista, convicta de que nem sempre a proibição total constitui o melhor remédio.

“Proibir nunca é uma boa estratégia. Deve-se ensinar, estabelecer limites e criar regras, mas nunca proibir”, sustenta Cátia Pontes, certa de que “mais cedo ou mais tarde, irão provar”, porventura num contexto “que não é controlado” e para o qual não estarão preparadas.

Apesar da pressão dos anúncios televisivos, o melhor exemplo virá sempre dos pais, aos quais cabe estabelecer algumas regras, como por exemplo “combinar com a criança o dia da semana em que ela pode escolher a guloseima que quer comer”, e desde que seja sempre “depois de uma refeição e nunca antes ou em substituição desta”.

Saber dizer não e explicar porquê Mas quando é que se pode considerar que há excesso?

“Quando a criança come todos os dias alguma guloseima”, entende a nutricionista, considerando que é tão
importante dizer “não” na educação alimentar como comportamental da criança.

“É importante explicar porque se diz ‘não’ e ter sempre uma atitude coerente e firme”, nota ainda, confiando que o bom senso deve sempre prevalecer.

“Há dias festivos em que não devemos proibir os doces”, que devem ser “entendidos como um alimento ‘especial’ e como tal, só deve ser ingerido em dias especiais”.

Quanto às opções, os pais deverão preferir os que têm como base um laticínio ou fruta. É por isso importante saber ler o rótulo dos alimentos e considerar que “a lista de ingredientes aparece por ordem decrescente de quantidade e por isso nunca devemos optar por alimentos que tenham, no primeiro ou segundo ingrediente, a gordura ou o açúcar”.

 

Martine Rainho
martine.rainho@regiaodeleiria.pt

Deixar um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Artigos relacionados

Subscreva!

Newsletters RL

Saber mais

Ao subscrever está a indicar que leu e compreendeu a nossa Política de Privacidade e Termos de uso.

Artigos de opinião relacionados