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Sociedade

Funcionários do Tribunal de Leiria fazem 120 km de táxi por dia

Os 120 quilómetros que 12 funcionários do Tribunal de Leiria percorrem de táxi diariamente entre Leiria e Alvaiázere custam ao Estado 160 euros por dia, cerca de 3.500 euros por mês.

Os 120 quilómetros que 12 funcionários do Tribunal de Leiria percorrem de táxi diariamente entre Leiria e Alvaiázere custam ao Estado 160 euros por dia, cerca de 3.500 euros por mês.

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Destacamento foi imposto sem respeito pelo estatuto, denuncia o sindicato (fotografia: Joaquim Dâmaso)

Colocados na 1ª secção de Comércio, instalada em Alvaiázere por um ano, enquanto não forem realizadas obras de adaptação do antigo liceu Rodrigues Lobo, os funcionários tiveram de se adaptar desde segunda-feira a novos horários, saindo de Leiria às 7h50 para chegar às 9 horas a Alvaiázere.

Dois táxis, uma carrinha de nove lugares e um carro de cinco, efetuam o transporte dos oficiais de justiça a que se juntam três colegas residentes em Coimbra, Condeixa e Figueira da Foz. Estes, contudo, deslocam-se para já a expensas próprias por não efetuarem a viagem a partir de Leiria onde trabalham.

O Ministério da Justiça justifica a contratação de táxis com a inexistência de transportes públicos entre Leiria e Alvaiázere e afasta “a possibilidade de autorização de deslocação em carro próprio”.

Para o Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), a situação poderia ter sido evitada se a tutela tivesse procurado locais alternativos para instalar a secção. Augusto Neves, vice-presidente do SFJ, entende que o Tribunal da Marinha Grande poderia acolher o serviço uma vez que perdeu duas de três secções, ou que a verba gasta em táxis permitira arrendar um outro espaço em Leiria.

O dirigente contesta, por outro lado, a opção “política” de instalar provisoriamente as secções de Comércio em Alvaiázere e de Execução em Ansião, por serem concelhos onde existem poucas empresas e o volume de processos é reduzido, como também a 2ª secção de Família e Menores em Pombal. “Não faz sentido que a capital de distrito tenha perdido uma área tão sensível”.

Para Augusto Neves, a reforma foi “implementada à força” e revela “falta de programação e planeamento”. “Não há funcionários, nem instalações nem sistema informático. Temos uma justiça totalmente parada”, remata.

Ao REGIÃO DE LEIRIA, Mário Saraiva, oficial de justiça, confessa que as viagens têm sido cansativas e que os primeiros dias da semana têm sido passados a mudar móveis e instalar secretárias. Sem computadores ligados, os funcionários não têm tido sequer acesso à internet nem à lista de distribuição dos processos.

A lista de colocações, publicada em meados de agosto, surpreendeu todos os funcionários, que alegam ter sido colocados por ordem alfabética sem ter sido considerada a antiguidade e classificação de serviço, previstas no estatuto. nem a situação pessoal e familiar de cada um.

MR

(Notícia publicada na edição de 4 de setembro de 2014)

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