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Sociedade

Catarina Marques: “Mocambique poderá vir a ser a minha casa”

A fazer um estágio em Maputo pelo INOV Contacto, Catarina Marques, natural de Alcobaça, já se imagina, um dia mais tarde, a viver em Moçambique. Agrada-lhe em particular “a simplicidade e a felicidade com que as pessoas vivem”.

Tem 21 anos e decidiu trocar as voltas ao rumo que se apresentava como certo – fazer um mestrado. Catarina Marques, de Alcobaça, distrito de Leiria, vive há três meses em Maputo e está certa de que o destino que o programa de estágios internacionais – INOV Contacto – escolheu para si não poderia ter sido o mais adequado.

Terminou a licenciatura em Gestão, fez um estágio de três meses numa empresa da sua área, a KPMG, e decidiu concorrer ao INOV Contacto em agosto do ano passado. Depois de ter equacionado diversas opções, como seguir para o mercado de trabalho ou fazer um mestrado, apostou numa experiência internacional: “precisava de um desafio que testasse os meus limites”, assume.

Da decisão de sair de Portugal até chegar a Maputo foi um salto: “nunca tinha estado seis meses fora do meu país”. Catarina foi avançando nas diferentes fases do processo de recrutamento do INOV Contacto, tendo colocado Moçambique como uma das preferências. Justifica que “as pessoas que já cá tinham estado falaram muito bem do programa especificamente neste país”.

O pressentimento de ir parar à “Pérola do Índico” cumpriu-se e, além de ter sido escolhida para um país num continente diferente do seu, também mudou de registo profissional: do corporativo foi escolhida para uma incubadora de empresas, a IdeaLab. “Nunca pensei em desistir”.

Apesar de estar a viver e a trabalhar há poucos meses em Maputo, Catarina reconhece que a experiência já lhe trouxe benefícios aos níveis pessoal e profissional. “Estar a viver com três pessoas com personalidades diferentes da minha é uma grande aprendizagem”, diz quanto ao lado pessoal. Por sua vez, em termos profissionais, admite que não quer mudar a maneira de trabalho dos locais: “quero lutar pelo trabalho tal como eles lutam. Quero acrescentar valor à empresa e receber conhecimento”. Depois do trabalho, Catarina aprende marrabenta, uma dança local, e faz voluntariado no apoio aos sem-abrigo.

Terminados os seis meses de estágio, Catarina admite que Moçambique é um país no qual se imagina a viver mais tarde, embora neste momento queira voltar a Portugal para solidificar a carreira profissional. Já estabelecida e com mais conhecimento na sua área, a jovem assume que poderá vir a escolher Moçambique já que “este é um país extremamente feliz para se viver”. AIM

Artigo publicado na edição do REGIÃO DE LEIRIA de 7 de junho de 2018

Fundação 1782

Habitantes 1.766.823 habitantes (Censos 2007)

Curiosidades O Rio Maputo dá o nome à província que marca parte da fronteira sul do país e que, durante a guerra pela independência de Moçambique, adquirira grande ressonância através do slogan “Viva Moçambique unido do Rovuma ao Maputo”. Até 13 de março de 1976, o nome da cidade era “Lourenço Marques” em homenagem ao explorador português homónimo. Entre 1980 e 1988, a cidade de Maputo incluiu a cidade da Matola, formando o Grande Maputo, com 633 quilómetros quadrados.

O melhor por lá…
“A simplicidade e a felicidade com que as pessoas vivem e conseguem transmitir” é o melhor que há na Pérola do Índico.

O pior por lá…
Pensar duas vezes antes de sair à noite é o que mais incomoda a jovem. “Nesse aspeto sinto um pouco de falta de liberdade”, diz.

O mais surpreendente por lá…
Ter encontrado um país onde se aposta cada vez mais no empreendedorismo. “Nunca na vida achei que houvesse este pensamento por parte dos moçambicanos”, conclui.

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