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Cultura

Festival Música em Leiria celebra a diversidade e chega mais longe

A 37ª edição do Música em Leiria chega com novidades: ao todo são 15 espetáculos que chegam a todos os dez municípios da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria entre 23 de março e 25 de abril.

Maior, bem variada e mais abrangente geograficamente. A 37ª edição do Música em Leiria chega com novidades: ao todo são 15 espetáculos que chegam a todos os dez municípios da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria entre 23 de março e 25 de abril

O programa é assumidamente menos “clássico” que o habitual para atrair mais público. “Um festival não pode ficar parado, tem de abrir as portas a outras estéticas, sem perder a sua matriz”, sublinha Acácio de Sousa, presidente do Orfeão de Leiria, que assume o festival como uma das suas mais honrosas bandeiras.

O diretor artístico, António Vassalo Lourenço, destaca a renovação dos últimos anos: “Este festival criou o seu espaço na área clássica durante muitos anos. É necessário, a certa altura, olhar com uma perspetiva diferente para estas lógicas de programação”.

A par de concertos de repertório clássico, há propostas como o “desconcerto teatral” dos espanhóis PaGaGnini, os concertos debaixo de terra de Cláudia Franco e Paulo Bernardino & Augusto Baschera, nas Grutas de Mira de Aire (a primeira data está esgotada e foi lançada uma segunda), ou o convite ao cantor brasileiro Ivan Lins.

O festival do Orfeão de Leiria assume não querer perder o que conquistou ao longo de anos de sólidas edições, mas tentará “ir aos poucos renovando, para seguir outro caminho”, porque “hoje as formas de expressão musical são inúmeras”. Mas, sublinha Vassalo Lourenço, houve “a preocupação de não fazer uma mudança radical”. 

“Acho que estamos a conseguir fazer essa renovação”, sublinha o maestro, desejando que, nesta edição, “a adesão do público (…) dê razão [às suas opções], mais uma vez”.

Programa

Glenn Miller Orchestra
Sexta-feira, 15 de março, 21h30
Teatro José Lúcio da Silva, Leiria
Concerto de pré-lançamento

Caso de sucesso em Portugal onde esgota sempre as salas por onde passa, a Glenn Miller Orchestra, dirigida pelo Maestro Ray McVay, regressa para apresentar espetáculos no Porto, em Lisboa e em Leiria. O grupo continua a encantar com os grandes sucessos, Moonlight Serenade, In The Mood, Tuxedo Junction ou Chattanooga Choo Choo. Ray McVay dirige cerca de 20 talentosos músicos e cantores nesta big band que em duas horas de espetáculo, como num estalar de dedos, nos faz recuar até aos anos trinta.

Bilhetes: 32,83 euros (plateia e 1º balcão) e 25,80 euros (2º balcão)

PaGaGnini
Sábado, 30 de março, 21h30
Teatro José Lúcio da Silva, Leiria
Des-Concerto

PaGaGnini reúne no mesmo espetáculo a música clássica e o virtuosismo de Ara Malikian e o humor e a loucura de Yllana Através da interpretação de quatro músicos, Pagagnini repassa alguns momentos da música clássica, fundindo-a com outros estilos musicais, conseguindo um divertido e surpreendente des-concerto teatral, com o que se pretende reinventar a forma de conceber um recital, chegando ao grande público que descobrirá nas passagens musicais um olhar diferente. Uma nova maneira de conceber um concerto, pleno de loucura e humor.

Bilhetes: 15 euros (plateia e 1º balcão) e 10 euros (2º balcão)

Luís Figueiredo
Sexta-feira, 5 de abril, 21h30
Teatro-Cine de Pombal
“Kronos / Penélope”

Em novembro de 2017, Luís Figueiredo editou “KRONOS / PENÉLOPE”, um álbum duplo dedicado ao tema do Tempo nas suas múltiplas facetas. O pianista encontrou inspiração em outros músicos e outras músicas, mas há também importantes ligações a livros e filmes, duas das suas paixões mais intensas. W.H. Auden, Bill Frisell, Italo Calvino, Marin Marais, Nuno de Figueiredo, Sting, Oliver Sacks, José Mujica, Alain Corneau, Júlio Cortázar e Ornette Coleman são algumas das referências para esta música. De uma forma muito natural, do álbum nasceram dois espetáculos, distintos mas interligados: se PENÉLOPE é a Espera e a Memória, KRONOS é a azáfama dos dias, a Passagem do Tempo, a Morte e o Renascimento, que Luís Figueiredo explora sobre jazz e música improvisada.

Bilhetes: 5 euros

Cláudia Franco+Paulo Bernardino & Augusto Baschera
Sexta-feira, 12 de abril, 21h30 (esgotado)
Sábado, dia 13 de abril, 21h30
Grutas de Mira de Aire, Porto de Mós
“Praia Verde” e “Êxodo”

Concerto duplo que serve de apresentação do segundo álgum de Cláudia Franco, “Praia Verde”, um trabalho descrito como mais pessoal e que contém a estreia das suas composições em português, num estilo com mais influências da música pop. A cantora apresenta-se agora em quinteto. Já “Êxodo” é um entrelaçado do violão de Augusto Baschera e do clarinete de Paulo Bernardino, com a arte e o espírito da América Latina, repleto de genuinidade, alegria e improviso. 

Entrada livre 

Trio Pangea
Quarta, 17 de abril, 21h30
Teatro Miguel Franco, Leiria

O programa “Viagens nas nossas terras” reúne três trios de compositores de três diferentes nacionalidades: José Vianna da Motta, Joaquín Turina e Claude Debussy. Cada um representa a ligação às terras de origem de cada um dos membros do Trio Pangea – Portugal, Espanha e França – e simboliza a partilha de vivências musicais e o intercâmbio das diferentes identidades culturais associadas a cada um dos países. O trio é formado por Bruno Belthoise (piano), Adolfo Carbajal (violino) e Teresa Pereira (violoncelo). 

Entrada livre

Mário Laginha e Pedro Burmester
Sábado, 23 de março, 21h30
Teatro José Lúcio da Silva, Leiria
Concerto de abertura

Unidos por uma formação musical clássica, Mário Laginha e Pedro Burmester enveredaram por carreiras diferentes – Laginha mais próximo do jazz e cultor da fusão e recriação de múltiplas músicas do mundo, Burmester mais orientado para a interpretação de um repertório clássico nos seus vários formatos, do concerto a solo até atuações com grande suporte orquestral. Neste concerto, o repertório inclui o “Grande Tango” de Astor Piazzola, o Concerto para Dois Pianos de Mário Laginha, a Balada n. 1 op. 23 de Chopin na sua abordagem clássica (Pedro Burmester a solo) e na versão de Mário Laginha (solo) incluída no CD “Mongrel”, o “Prelude a l’aprés midi d’un faune” de Debussy e “La valse” de Maurice Ravel.

Bilhetes: 10 euros (plateia e 1º balcão) e 7,5 euros (2º balcão)

Plataforma Displaced & Eva Manzano
Domingo, 31 de março, 18 horas
Teatro José Lúcio da Silva, Leiria
“Iberofonía” e “23:59”

“Iberofonía” nasce da união destes dois estilos aparentemente opostos, assim como de duas linguagens de dança aparentemente muito diferentes, a dança contemporânea e o flamenco. As intérpretes, nascida cada uma de um lado da península, retratam em cena as suas raízes, as afinidades e compatibilidades, bem como as dessemelhanças e incompatibilidades das duas identidades. Em última análise, falam do mesmo: da vida, do que sentem, do que as move. Num mesmo espetáculo, duas coreografias criadas e interpretadas por Eva Manzano e Joana Brito no primeiro caso e por Joana e Wody Santana, no segundo.

Bilhetes: 5 euros (plateia e 1º balcão) e 2,5 euros (2º balcão)

Danças Ocultas
Sábado, 6 de abril, 21h30
Auditório Paroquial da Batalha
“Dentro desse mar”

Artur Fernandes, Filipe Cal, Filipe Ricardo e Francisco Miguel, quarteto que possui uma longa carreira assinada como Danças Ocultas, apresentam o novo espetáculo baseado no seu recém-editado disco “Dentro desse mar”. O concerto será baseado essencialmente no novo reportório embora sem recusar revisitar alguns momentos anteriores da nossa obra. Danças Ocultas pratica uma espécie de música de câmara a partir da original exploração das concertinas, um instrumento tradicional para o qual criaram um reportório único com que têm corrido mundo.

Bilhetes: 5 euros (plateia e 1º balcão) e 2,5 euros (2º balcão)

Petit Gatô
Sábado, 13 de abril, 21h30
Teatro Stephens, Marinha Grande
“Dentro desse mar”

Clarinete, acordeão e contrabaixo juntos num projeto com sabor a jazz, bossa-nova, música francesa, do leste europeu, entre outros, e também alguns originais. Com a destreza curiosa de um gato, Petit Gatô apresenta-se ao vivo sem artifícios outros além do virtuosismo próprio de cada instrumento, criando e recriando sonoridades.

Bilhetes: 5 euros

Ivan Lins
Quinta-feira, 25 de abril, 21h30
Teatro José Lúcio da Silva, Leiria
Com Ana Lains, Orquestra Filarmonia das Beiras e Coro do Orfeão de Leiria

Ivan Lins e a Orquestra Filarmonia das Beiras já se reuniram em palco anteriormente, num concerto que deu novas roupagens a temas inesquecíveis e intemporais. Para este, no Festival Música em Leiria, o cantor e compositor brasileiro convida Ana Lains, artista portuguesa com quem tem uma forte ligação musical e com quem vem colaborando há vários anos. Aos dois intérpretes, junta-se não só a Orquestra, como um séquito de músicos conceituados e que constituem a banda de Lins em Portugal, e o Coro do Orfeão de Leiria. 

Bilhetes: 23, 45 euros (plateia e 1º balcão) e 18,76 euros (2º balcão)

WindDidaticQuintet
Sexta-feira, 29 de março
Centro Cultural de Ansião (10h30
Casa da Cultura de Pedrógão Grande (15 horas)
Sexta-feira, 5 de abril
Casa da Cultura de Alvaiázere (9h30)
Casa da Cultura de Figueiró dos Vinhos (11h30)
Auditório Praça da Notabilidade, Castanheira de Pera (15 horas)
Concertos didáticos

“Os Músicos de Bremen” é um conto escrito em 1812 pelos Irmãos Grimm, que conta a história de um burro, um cão, um gato e um galo, que, por estarem velhos e inúteis, são maltratados pelos seus donos. Juntos acabam por descobrir forma de serem felizes. Será através da música escrita por Gary Friedman, pela voz de um narrador e a música de um quinteto de sopros que vivenciamos este conto. Os efeitos e melodias da flauta transversal, do oboé, do clarinete, do fagote e da trompa, vão levar este conto a outra dimensão.

Entrada livre

André Pereira Gaio e Francisco Sassetti
Quarta-feira, 3 de abril, 21h30
Solar dos Ataídes (Terreiro), Leiria
Violino e piano

O vencedor do Prémio Jovens Músicos RTP/Antena 2 apresenta, acompanhado pelo pianista Francisco Sassetti, um programa que integra obras de Brahms, Beethoveen, Debussy e Gershwin.

Entrada livre

Orquestra Sinfónica de Leiria
Domingo, 7 de abril, 16 horas
Igreja S. Francisco, Leiria

Este concerto, dirigido por José Eduardo Gomes, propõe um repertório orquestral variado e pleno de vitalidade. No início ouviremos “St Paul’s Suite”, do compositor inglês Gustav Holst. Esta suite para orquestra de cordas, escrita em 1912, é inspirada na música popular inglesa, tais como a dança Jig e a famosa “Fantasia on the Dargason”. A segunda obra do programa propõe-nos uma obra portuguesa, “Sete Peças em Forma de Boomerang”, do compositor transmontano Eurico Carrapatoso. Obra escrita em maio de 2000, para saxofone solista e orquestra de cordas, tem uma forma que age como um boomerang, tendo um percurso de ida e volta ao ponto de partida num desempenho bem simétrico. O Concerto termina com a Quinta Sinfonia de Franz Schubert. Escrita em 1816, apenas aos 19 anos de idade do compositor, esta obra em quatro andamentos, reflete claramente o fascínio de Schubert por W. A. Mozart.

Entrada livre

Orquestra Estágio de Sopros de Leiria
Domingo, 14 de abril, 18 horas
Teatro José Lúcio da Silva, Leiria

Dirigida por Rui Carreira, a Orquestra do Estágio de Sopros mostra o trabalho desenvolvido no âmbito da formação realizada em parceria entre as Escola de Artes SAMP e Escola de Música do Orfeão de Leiria com o Agrupamento de Escolas Domingos Sequeira. O principal objetivo do projeto é proporcionar uma oportunidade de partilhar novas experiências musicais importantes para a formação dos alunos/executantes e a aquisição de noções importantes ao seu desenvolvimento musical.

Entrada livre

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