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Orçamento Participativo da Marinha Grande chega ao fim com projetos inacabados

O declínio da iniciativa fica patente com o facto de, este ano, a autarquia ter decidido não avançar com a realização do Orçamento Participativo.

Obras na escola do Pilado venceram edição de 2016 mas permanecem por concluir

Quando venceu a edição de 2016 do Orçamento Participativo (OP), Alexandre Costa estava confiante que a Escola Básica do Pilado beneficiaria, finalmente, das obras que precisava. Em conjunto com outros encarregados de educação, propôs que para a escola fossem encaminhados os fundos do OP para a concretização da tão ansiada remodelação. E a proposta saiu vencedora, com 505 votos. Quando a sua proposta venceu, a filha de Alexandre Costa estava no primeiro ano de escolaridade. Atualmente, frequenta o quarto ano e, em junho, deverá dizer adeus à escola. Mas as obras que Alexandre Costa propôs estão por terminar. “Já interiorizei que a minha filha não vai ver a escola concluída”, lamenta. A proposta de intervenção na escola venceu em outubro de 2016 e em agosto do ano seguinte o município anunciou que já tinham arrancado as obras de remodelação, orçadas em mais de 90 mil euros. A remodelação integral dos sanitários e das redes de água, drenagem e rede elétrica, bem como a reorganização dos espaços da escola, estavam entre os trabalhos previstos. As obras chegaram a avançar, de facto, mas a intervenção ficou incompleta. Seguiram-se insistentes apelos ao município, mas o projeto continua sem data para terminar. As últimas notícias que Alexandre Costa obteve sobre esta matéria remontam a finais de setembro. Teve a indicação de que a autarquia se preparava para iniciar o procedimento administrativo para contratar as obras que permanecem por concluir. O projeto vencedor da edição do ano seguinte do OP da Marinha Grande também ainda não avançou no terreno. Trata-se da construção do primeiro patinódromo da zona Centro, proposta de Neuza Rosa. Ao REGIÃO DE LEIRIA, a autora da proposta adianta perceber o atraso: “É um projeto que ninguém fez na nossa região, demora o seu tempo”. A razão é simples, explica: o município pretendeu concretizar um projeto enquadrado nas normas da federação da modalidade e pretende-se mesmo a homologação internacional. “Acredito que o processo avance em 2020 e comece a construção. Prefiro esperar um ano ou dois e ter um grande projeto”, refere. A requalificação do Campo de Jogos e Zona Verde na Pedrulhiera, foi o projeto vencedor em 2018. Embora não esteja concretizado, permanece dentro do prazo, atendendo que o regulamento prevê a implementação dos projetos vencedores no ano seguinte, neste caso, em 2019. Remonta a 2014 o início do Orçamento Participativo da Marinha Grande. Depois de picos de participação, a iniciativa tem vindo a decair em termos de participação na votação. Se em 2016 o projeto vencedor conseguiu mais de meio milhar de votos, o ano passado a vitória foi conseguida com apenas 104. O declínio da iniciativa fica patente com o facto de, este ano, a autarquia ter decidido não avançar com a realização do OP. Apesar de solicitado para tal, o município Marinha Grande não explicou as razões para a não realização da edição deste ano nem prestou qualquer esclarecimento sobre o ponto de situação dos projetos vencedores que continuam por concretizar. Nota: Notícia originalmente publicada na edição impressa de 21 de novembro. CSA

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