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Centros de vacinação “surpreendidos” com sobreposição de agendamentos

Situação já foi resolvida e o Centro de Vacinação Covid-19 montado no estádio de Leiria estará já a funcionar sem atropelos, nem filas de espera.

O processo de vacinação no Centro de Vacinação Covid-19 (CVC) montado no estádio de Leiria estará já a funcionar sem atropelos, nem filas de espera, depois de alguns dias mais conturbados.

Foram várias as queixas de utentes com agendamentos feitos através do centro de saúde mas que esperaram horas para serem atendidos.

Na quarta-feira da passada semana, um utente, que chegou ao estádio às 10h15 e saiu apenas às 13h45, denunciou o facto de terem “passado à frente pessoas inscritas através da plataforma” sem ser respeitado o critério da idade.

Ana Silva, coordenadora do programa da Vacinação do Agrupamento de Centros de Saúde Pinhal Litoral (ACeS PL), confirma ao REGIÃO DE LEIRIA as sobreposições nos agendamentos – com particular incidência nos CVC de Leiria e Pombal -, causando “muitos transtornos às pessoas” mas também aos profissionais de saúde, que “quase nada puderam fazer” face à sobrelotação dos CVC “em mais do dobro da sua capacidade”.

Em Leiria, esta situação ocorreu no primeiro dia de auto agendamento, a 28 de abril, pelo facto do processo de agendamento central não ter respeitado os agendamentos prévios de segundas doses, explica a médica.

“Tivemos vários casos de overbooking, ou seja, excesso de vacinas agendadas para a capacidade definida face aos recursos disponíveis, físico e humanos”, adianta, acrescentando que nesse dia o CVC já tinha lotação máxima agendada para segundas doses.

“Fomos surpreendidos com 200 auto agendamentos na primeira hora de atendimento, sobreposto aos nossos agendamentos”, refere ainda Ana Silva, afirmando ter feito várias exposições a “alertar para as consequências da situação”. “Mas não tivemos sucesso no feedback, e as consequências ficaram à vista”, nota.

O protocolo prevê que os ACeS informem “previamente a ‘task force’ da capacidade e horários a cumprir para cada CVC”, sendo também informados os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) “para a parametrização do agendamento”.

Terá contudo havido uma “desencontro de informação entre os auto agendamentos e as marcações que já existiam e que não terão sido contabilizadas, mesmo após as ressalvas dos ACeS”, explica Ana Silva.

E de que forma se garante que o critério da idade continua a ser respeitado? Segundo a responsável, “o critério idade e comorbilidades é a única premissa respeitada nas convocatórias feitas pelas unidades funcionais”.

Sem reforço de meios

Depois do “caos” do primeiro dia, sucederam-se outros em que “esse número chegou às mais de 600 pessoas”, situação que Ana Silva considera estar “já resolvida ou em fase de resolução”. “Estamos a desenvolver esforços conjuntos com a ‘task force’, os SPMS e a Administração Regional de Saúde do Centro para a situação voltar à normalidade”, sublinha.

Quanto à integração numa lista única dos agendamentos efetuados via centros de saúde e plataforma, a especialista de Saúde Pública refere estar a ser criado “um conjunto de estratégias e de ferramentas” que visam um programa único de agendamento e gestão de listas, acessível a todos os intervenientes para que a sobreposição de agendas e sobrelotação não se voltem a repetir.

A responsável garante, no entanto, que nunca faltaram vacinas, tendo sido feitas “entregas extra para fazer face ao sobreagendamento”.

Em contrapartida, e no que toca aos profissionais de saúde, não houve qualquer reforço de meios humanos, estando o processo a ser garantido por elementos das equipas das unidades de saúde afetas ao ACeS PL.

Segunda fase

A entrada em funcionamento da plataforma de auto agendamento coincidiu com o início da segunda fase do plano de vacinação contar a Covid-19, passando a abranger a faixa etária dos 65 aos 79 anos, com ou sem patologias associadas.

O agendamento pode ser efetuado através do portal, mediante definição prévia da capacidade de vacinação e carga horária de cada CVC. E é “dentro destes limites que o utente pode agendar”, refere Ana Silva, acrescentando que, além da vacinação contra a Covid-19, as unidades de saúde mantêm a carteira de serviços normal “e à qual têm que dar resposta, havendo para isso um grande esforço dos recursos humanos, que já eram limitados”.

Entretanto, até à passada terça-feira a task force que coordena a vacinação contra a Covid-19 garantiu que as perturbações de agendamento dos últimos dias “já estão identificadas”, estimando que este processo misto funcione “sem problemas significativos” na próxima semana.


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