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Peniche

Acumulação de algas nas praias a norte do Baleal pode ter origem na lagoa de Óbidos

Algas-verde Ulva têm chegado em grande quantidade às praias do Lagido e Almagreira, mas a Agência Portuguesa do Ambiente garante que não colocam em causa a qualidade da água nem a saúde pública.

A elevada quantidade de algas acumuladas nas praias a norte de Peniche, sobretudo acima do Baleal, concretamente Lagido e Almagreira, pode ter origem na lagoa de Óbidos, avança a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Em comunicado divulgado pelo município de Peniche, a APA indica que os dados disponíveis sugerem que a origem das acumulações de algas verificada “parece relacionar-se com a lagoa de Óbidos”, onde se observou a “proliferação de algas verdes nas últimas semanas”.

Estas algas terão sido arrastadas para o mar através da barra, pela ação das marés, “durante a vazante”, sendo posteriormente transportadas para sul “pela ação conjugada das ondas e correntes costeiras”.

A situação das praias de Peniche não está ligada à recente dragagem feita na lagoa, defende a APA.

“O acima exposto configura a inexistência de relação causa-efeito entre a ocorrência recente de acumulação de algas e o teste de dragagem na lagoa de Óbidos, realizado no dia 20 de agosto de 2021 (com a duração de 2h30m), o qual foi realizado com o objetivo de aferir do correto funcionamento do equipamento de dragagem e do posicionamento definitivo do mecanismo de repulsão por arco de dispersão (rainbow)”, não tendo então sido detetados “quaisquer vestígios de algas”.

A APA avança que haverá novo teste de avaliação, dando início à dragagem superior da lagoa de Óbidos podendo, “de forma localizada e pontual”, observar-se “no areal das praias a sul da lagoa de Óbidos a acumulação superficial e temporária dos sedimentos mais finos de cor escura”, garantindo-se que os mesmos não contêm “qualquer matéria orgânica” e estão “isentos de contaminantes”, prevendo-se que sejam “rapidamente remobilizados e difundidos pela ação conjugada das ondas, correntes e marés”.

Ainda relativamente às algas, o fenómeno tinha acontecido já em junho e julho, acrescenta a APA, especificando que se tratam de espécies indígenas da costa portuguesa, “não constituindo por si só um fator de degradação ambiental e desempenhando até um papel importante na deposição de matéria orgânica nas praias suportadas por sistemas dunares”.

A acumulação de algas nas praias da costa portuguesa é “um fenómeno cíclico e natural”, que “não põe em causa a qualidade da água balnear e a saúde pública”, estando, contudo, as ocorrências a ser “acompanhadas e monitorizadas de perto pelas autoridades competentes”.

Neste caso concreto, às praias norte de Peniche têm chegado algas-verdes, do género Ulva, que “tendem a secar rapidamente com a exposição ao sol e ao ar, não produzindo, normalmente, grandes massas de material em decomposição com maus cheiros associados”, esclarece a APA.

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