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Covid-19

Enfermeiros: Dos três mil pedidos de escusa de responsabilidade metade é de Leiria

Pedidos dos profissionais do Centro Hospitalar de Leiria ascendem a 1.590, divulgou ontem a Ordem dos Enfermeiros.

A Ordem dos Enfermeiros (OE) recebeu este ano mais de três mil pedidos de escusa de responsabilidade devido ao elevado número de doentes. Desse total mais de metade partiu de profissionais do Centro Hospitalar de Leiria.

Num balanço divulgado ontem, a OE precisa que recebeu no total 3.013 pedidos de escusa de responsabilidade, sendo que o número mais que duplicou no último mês do ano, uma vez que até novembro tinham sido contabilizados cerca de 1.300 pedidos.

A declaração de escusa de responsabilidade foi disponibilizada em janeiro para acautelar a eventual responsabilidade disciplinar, civil ou criminal dos enfermeiros face ao número de doentes a seu cargo, numa altura em que os hospitais enfrentavam uma elevada pressão devido ao agravamento da pandemia da Covid-19.

“Os enfermeiros, ao assinarem esta declaração, reiteram que o número de enfermeiros adequado é fundamental para salvaguardar o exercício profissional em segurança, o que manifestamente não se verifica atualmente”, explica a OE em comunicado.

A Ordem dos Enfermeiros entende que o aumento registado em dezembro é justificado pela “degradação dos serviços, que se acentuou nos últimos tempos, sobretudo devido à falta de enfermeiros”.

Entre os pedidos recebidos este mês, a Ordem contabiliza novos pedidos de profissionais do Centro Hospitalar de Leiria, que já ascendem a 1.590, e do serviço de Urgência pediátrica do Hospital de Vila Nova de Gaia.

Sublinhando que a mortalidade nos hospitais sobe 7% por cada doente a mais a cargo de um enfermeiro, a OE responsabiliza a “má gestão ou ausência de estratégia” do executivo pela situação atual e alerta para as dificuldades em responder às necessidades.

“Os enfermeiros não se encontram em condições de garantir a prestação de cuidados em segurança e com qualidade, nem a vida das pessoas. E é da vida das pessoas que estamos a falar”, afirma a bastonária, citada no comunicado.

Alertando que, “apesar de todas as horas que já fazem a mais, os enfermeiros não conseguem chegar a todos”, Ana Rita Cavaco antecipa ainda que o número de declarações continue a aumentar.

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