O puma foi o primeiro felino a ser ‘apanhado’ pela objetiva de João Rodrigues na Amazónia Boliviana. O jovem voou do Juncal, no concelho de Porto de Mós, para a Bolívia, onde espera concretizar o desejo de fotografar o terceiro maior felino do mundo, o jaguar.
A aventura começou a 17 de setembro, após 20 horas de viagem entre Portugal e o destino final na cidade de Cobija.
Aluno do curso de Biologia da Universidade de Aveiro, o jovem de 21 anos aproveitou o estágio curricular, integrado na licenciatura, para realizar um sonho antigo.
“Desde que me lembro, sinto um fascínio gigante pela Selva Amazónica. A diversidade de plantas, animais, as relações ecológicas, a estratificação da vida, sempre me impressionaram, e sempre tive curiosidade de vir a conhecer este lugar incrível”, conta ao REGIÃO DE LEIRIA.
Com o apoio da associação local ACEAA – Conservación Amazonica, João Rodrigues está a descobrir as comunidades bolivianas e a realizar trabalho de campo, estudando e fotografando as espécies que avista.
Tudo isto sem nunca esquecer o propósito de registar em fotografias os grandes felinos que ali vivem.
Para conseguir captar estas espécies é necessário recorrer à fotoarmadilhagem, com câmaras que “gravam os animais e são ativadas com o seu movimento”, explica.
O maior desafio está na instalação das máquinas e no tratamento de dados, como o estudo do movimento das espécies, que tem sido o trabalho principal do jovem nos últimos meses. Além do puma, já fotografou um ocelote com uma presa na boca, algo “bastante raro”.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>Até ao final de abril de 2022, mês em que está previsto o regresso, João Rodrigues espera conseguir fotografar o tão desejado jaguar, um jaguarundi e um margay. Ambição essa que será desafiante: “São animais solitários, esquivos e principalmente noturnos, e têm um grande território, por isso saber onde vão passar não é fácil”, reforça.
A receita para alcançar esse objetivo poderá estar na sorte conjugada com trabalho de campo e investigação.
E se a biodiversidade é umas das características que fez o estudante viajar até à Bolívia, os felinos não são os únicos animais a prender o seu olhar.
A “semelhança [com os humanos], elementos físicos e comportamentos muito interessantes e engraçados” dos macacos têm despertado o interesse e a curiosidade de João Rodrigues, que acredita que ninguém ficaria indiferente às espécies de primatas residentes.
Por estes dias, o jovem vem a casa passar o Natal, mas voltará para a Bolívia focado na sua missão. Sobre o futuro e destino a dar às imagens captadas no país da América do Sul tem “alguns projetos em mente”, mas ainda nada definido.
Os mais curiosos poderão acompanhar a sua experiência através das partilhas que publica na sua página de Facebook.