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Cultura

Curta-metragem de Cátia Biscaia vence festival “Cinema On The Bayou”

Filme de estreia da realizadora da região premiado no festival norte-americano.

O filme de estreia de Cátia Biscaia pode ser visto em Leiria no dia 28 de maio, no Leiria Film Fest

“Chama-se Carla”, realizado por Cátia Biscaia, venceu o prémio para melhor curta-metragem no festival “Cinema On The Bayou”, no Louisiana, Estados Unidos da América.

“Estava nomeada, mas eram 12. Então, nunca pensei que escolhessem o meu. Juro que não é falsa modéstia, mas nunca penso que me possa calhar”, contou ao REGIÃO DE LEIRIA a realizadora natural da Batalha e residente em Leiria.

Filmada durante a pandemia, no verão de 2020, a curta-metragem é o primeiro trabalho de realização em nome próprio de Cátia Biscia. “O prémio significa muito para mim. É um festival internacional que já vai na 17ª edição. E este é o meu primeiro prémio internacional. E ser logo de melhor curta-metragem, fico mesmo muito feliz. Dá-me muito ânimo”.

Cátia Biscaia durante a rodagem de “Chama-se Carla”, estreado em 2021

“Chama-se Carla” já foi selecionado para 17 festivais, um dos quais qualificador para os Oscares. Esta semana foi exibido em Lisboa, no Shortcutz e recentemente foi seleccionado para o New York Portuguese Film Fest, “onde vai correr o mundo”. Já tinha ganho os prémios de Top Curtas-metragens 2021 e Melhor Atriz em Curta-metragem, pelos Prémios Cineuphoria. O reconhecimento internacional conseguido agora “só me dá mais força”, frisa Cátia Biscaia.

A ideia para a história surgiu-lhe depois de ter passado na prisão de Leiria e ter visto uma rapariga agarrada às grades. “Algo que achei muito bizarro e me deu vontade de escrever uma história com aquela premissa”.

A partir daí foi tudo muito rápido. “A ideia surgiu em julho, arranjamos equipa, tratámos da produção e no final de agosto estávamos a filmar. O filme foi todo rodado num único dia. E estreou em junho de 2021 no Festival Internacional de Cinema de Alicante (Espanha)”.

Assim nasceu a curta-metragem de 10 minutos, que conta o drama de Carla: uma rapariga grávida de oito meses, que passa os dias à porta da cadeia onde o namorado e pai da criança está preso por tráfico de drogas. Entretanto, surge uma relação improvável e algo que vai desestabilizar a sua vida. “É um filme que tem um pouco da minha experiência pessoal durante a gravidez e um assunto que merece tempo de antena na nossa sociedade. Mas não avanço mais para não dar ‘spoiler’…”. Até porque “Chama-se Carla” será exibido em breve no Teatro Miguel Franco, integrado no Leiria Film Fest, organizado por Cátia Biscaia e Bruno Carnide.

Depois do filme de estreia, a realizadora tem já planos para voltar a filmar. “Não estava à espera de ter gostado da realização. Faço produção de cinema e argumento há cerca de 10 anos e este foi o primeiro filme realizado por mim. Mas agora fiquei com vontade de fazer mais”. Em preparação está um documentário, “muito pessoal e familiar”, e está a escrever uma história para uma nova ficção, “que também terá uma mulher como protagonista”.

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