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Ourém

Vinte famílias ucranianas permanecem no concelho de Ourém

Nos últimos nove meses, o Município de Ourém apoiou 106 agregados familiares, num total de 274 pessoas.

Muitos dos jovens ucranianos acolhidos no concelho estão a prosseguir os estudos nos estabelecimentos de ensino do concelho. Foto de arquivo: LO

Inga tem uma família numerosa: 19 filhos (biológicos, adotados e de acolhimento) e quatro netos. Chegou a Fátima numa fuga à guerra, onde o filho e nora residem há 8 anos.

A 2 de março, o concelho de Ourém recebeu a primeira família de refugiados, vindos da Ucrânia, na sequência da invasão daquele país pela Rússia. O casal, vinha acompanhado de filha e neto, depois de terem abandonado a cidade de Kiev e ficaram alojados num apartamento cedido pela Fundação São João de Deus, em Fátima.

Ao longo de nove meses, o Município de Ourém apoiou 106 agregados familiares, num total de 274 pessoas. No entanto, “há famílias que não passaram pelos nossos serviços por terem rede de apoio”, assinalou Marília Matias, da equipa de Ação Social, na apresentação da experiência do concelho de acolhimento e integração da população migrante, no Fórum social, a 25 de novembro.

Os dados revelam que há mais mulheres que homens, sendo o número de menores de 18 anos o mais elevado, com a faixa etária entre os 5 e os 14 anos, a mais presente. Há apenas cinco pessoas com mais de 70 anos.

A maioria dos refugiados ficaram instalados em Fátima (61%) e em Nossa Senhora da Piedade (24%). Três freguesias: Alburitel, Nossa Senhora das Misericórdias e União de Freguesias de Freixianda, Ribeira do Fárrio e Formigais não receberam pessoas ao longo deste processo de acolhimento.

Atualmente 20 agregados familiares, num total de 63 pessoas, permanecem no concelho. Destes, 30 jovens têm menos de 18 anos. Alguns já frequentam a escola no concelho, enquanto outros optam por manter a ligação, via online, à Ucrânia.

Dos que já saíram do concelho, 10 famílias regressaram à Ucrânia, enquanto nove optaram por rumar a novo país (Alemanha, Escócia, Holanda e Grécia) e três a novas cidades em Portugal. Quatro destas famílias deixaram de necessitar de apoios, o que acontecerá a mais três agregados em dezembro.

Tiago Marques, do Núcleo de apoio à integração de refugiados do Alto Comissariado para as Migrações, considerou que “estão a fazer um excelente trabalho” no acolhimento e integração de migrantes e faz notar que “são as cidades mais empáticas que fazem melhor acolhimento”.

A primeira experiência de acolhimento de migrantes em Ourém aconteceu em 2017. Nessa altura, o município apoiou 32 cidadãos sírios, iranianos e eritreus.

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