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Nazaré

Nazaré exige suspensão de obra nas arribas para ascensor funcionar no verão

A proposta a enviar à Agência Portuguesa do Ambiente, aprovada hoje pelo executivo, prende-se com os atrasos na obra, que inicialmente previa uma paragem do ascensor durante 94 dias.

Foto: CMN

A Câmara da Nazaré vai exigir a suspensão da obra de estabilização das arribas para permitir que o ascensor retome o funcionamento entre julho e setembro, evitando prejuízos superiores a um milhão de euros.

A proposta a enviar à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), aprovada hoje pelo executivo, prende-se com os atrasos na obra, que inicialmente previa uma paragem do ascensor durante 94 dias, entre 15 de março e o dia 16 deste mês.

“À data, e atendendo à urgência da obra, o município aceitou esta calendarização, mesmo tendo em consideração que esta não seria a janela temporal mais adequada”, pode ler-se na proposta em que a autarquia dá nota de que a paragem do ascensor resultaria em “prejuízos superiores a 300 mil euros” para os Serviços Municipalizados da Nazaré, entidade gestora do equipamento que transporta anualmente mais de um milhão de pessoas.

O problema surgiu com a realização da desmatação da arriba junto à linha do elevador, que colocou a descoberto “condições de instabilidade”, uma vez que “os perfis transversais do projeto não correspondem à realidade do talude do ascensor”, o que, segundo a proposta, obrigou a alterações ao projeto que levaram a APA a informar a autarquia que a paragem daquele meio de transporte teria que ser prolongada por mais 99 dias, ou seja, até ao dia 21 de setembro.

A suspensão do funcionamento do ascensor por um período de 193 dias, “em que se incorporam os meses de maior afluência a este equipamento, provocam aos Serviços Municipalizados da Nazaré prejuízos nunca inferiores a 1,1 milhões de euros”, sustentou o executivo, acrescentando que somando a este prejuízo o investimento a realizar para assegurar transporte alternativo, os SMAS ficarão “em situação de insolvibilidade financeira, com impactos mais drásticos que os anos assolados pela pandemia de covid-19”.

A Câmara alega impactos para a mobilidade local considerando que, durante a época alta (de julho a setembro), “nenhuma alternativa de transporte conseguirá assegurar, de forma eficaz, as necessidades das populações locais e de visitantes, colocando em causa a qualidade do próprio destino turístico e do quotidiano dos utilizadores regulares deste equipamento”.

Uma paragem de 193 dias “torna-se insuportável para a economia local do Sítio e da Praia”, pode ainda ler-se na proposta em que a autarquia exige à APA a suspensão da obra para permitir a reabertura do ascensor, “assegurando todas as condições de segurança ao equipamento”.

A proposta foi hoje aprovada com os votos favoráveis do PS (que lidera o executivo) e do PSD e com um voto contra do vereador da CDU, João Delgado, que defendeu na reunião que o pedido de suspensão da obra só deveria ser aprovado se fosse apresentada, por parte da APA, “uma certificação de que estavam reunidas as condições de segurança para o transporte” de passageiros.

A empreitada de estabilização das arribas da Nazaré representa um investimento de 1.697.400 euros e inclui intervenções no Sítio da Nazaré, entre o ascensor e o Largo de Nossa Senhora da Nazaré, e na área superior ao túnel do ascensor.

A obra arrancou em janeiro, com uma duração estimada de oito meses, tendo a autarquia exigido que a paragem do ascensor ocorresse “durante um ou dois meses e sempre fora da época alta”.

O investimento era reclamado há décadas e será suportado em 85% por fundos comunitários, do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR).

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