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Cultura

Mozart, “La Serva Padrona” e “A voz humana” no regresso do Festival de Ópera de Óbidos

O festival pretende este ano celebrar a resiliência das mulheres através da ópera.

A ópera cómica "La Serva Padrona", de Giovanni Battista Pergolesi, é um dos destaques do festival Foto: Cistermúsica

Inativo nos últimos anos, o Festival de Ópera de Óbidos está de regresso no próximo mês e pretende celebrar a ópera no feminino, bem como dar uma nova vida ao evento que marcou uma geração de profissionais.

Entre 8 e 17 de setembro, a Quinta das Janelas serve de cenário e palco para as personagens icónicas e desafiadoras de Donna Anna, Donna Elvira e Zerlina, da ópera “Don Giovanni” de Mozart; Serpina de “La Serva Padrona”, ópera cómica de Giovanni Battista Pergolesi; ou Elle de “A Voz Humana”, de Francis Poulenc.

O objetivo, lê-se em comunicado enviado às redações, é “explorar a perspetiva feminina através de performances impactantes e atividades inspiradoras”, de forma a atingir “um futuro mais igualitário através da arte”.

O festival arranca no dia 8 de setembro, às 21 horas, com a apresentação de “La Serva Padrona”, ópera em dois atos composto em 1773 por Giovanni Battista Pergolesi, e que foi ganhando popularidade ao longo dos séculos.

No centro da história, está Serpina, uma perspicaz criada, que manipula o patrão Uberto ao ponto de conseguir casar com ele e tornar-se patroa da casa. “Numa época em que as mulheres eram frequentemente marginalizadas, a história de Serpina ressoa como uma chamada à ação. Mais do que uma simples serva, Serpina é um símbolo de vontade, manipulando as convenções sociais e desafiando o status quo. Por outro lado, Uberto é retratado de forma caricata e facilmente manipulável, desafiando o arquétipo masculino da época”, lê-se em sinopse da ópera.

O espetáculo repete-se no dia 10 de setembro, pelas 19 horas. Os bilhetes para ambos os dias variam entre 15 e 20 euros, e podem ser adquiridos aqui.

No dia 9 de setembro, às 21 horas, é apresentada a famosa ópera de Francis Poulenc, inspirada na obra homónima de Jean Cocteau. “A voz humana” consiste num monólogo dramático de uma mulher, que oscila entre tentativas de compreensão, súplicas e resignação. São abordados temas como o amor não correspondido e a solidão humana.

Os bilhetes custam 20 euros.

“A voz humana” volta a ser apresentada no dia 10, à 17 horas, antes da segunda récita da ópera “La Serva Padrona”.

“A voz humana” é encenada por Marília Zangrandi, soprano, com Rodrigo Teixeira ao piano 

O “cardápio” do festival conta ainda com “Don Giovanni”, ópera em dois atos de Wolfgang Amadeus Mozart centrada na história de um sedutor e três mulheres – Donna Anna, Donna Elvira e Zerlina – ora vítimas, ora cúmplices.

Nesta produção, que conta com o Coro do Festival de Ópera de Óbidos e a Orquestra Filarmónica Portuguesa, explora-se a condição feminina num mundo onde a sedução, o poder e o jogo são a norma. “Questionam-se as narrativas convencionais e lançam-se novas perspetivas sobre o que significa ser mulher num mundo dominado por homens, homenageando a complexidade, a força e a astúcia femininas”, lê-se na sinopse do espetáculo.

A ópera é apresentada no dia 15, às 21 horas, e no dia 17, pelas 17 horas. Os bilhetes variam entre 20 e 30 euros e podem ser adquiridos aqui.

O programa contempla ainda a gala de ópera “Mulheres: da paixão à inocência – uma dança com o destino”, que passa pelas personagens femininas de três grandes óperas, “Carmen” de Georges Bizet, “La Traviata” e “Rigoletto” de Giuseppe Verdi.

A gala inclui a referência a outra ópera que conta com mais uma grande personagem do panteão feminino da ópera. É a récita “Eugen Onegin” de Tchaikovsky, da qual se ouvirá a exuberante Polonaise. 

Faz ainda parte do programa da gala a idílica “Canção com Coro do Sonho de Uma Noite de Verão”, de Felix Mendelssohn, “Cavalleria Rusticana” de Mascagni e o brinde de La Traviata, uma celebração da ópera e uma homenagem à força e resiliência das mulheres que moldam estas histórias, apresentando um mosaico de personagens femininas cujos enredos se interligam para retratar o feminino em toda a sua diversidade.

O espetáculo acontece no dia 16 às 21 horas e os bilhetes variam entre 15 e 20 euros.

O Festival de Ópera de Óbidos é organizado pela ABA – Banda de Alcobaça, Associação de Artes e conta com o apoio financeiro da Direção-Geral das Artes/Ministério da Cultura e com a parceria da Câmara de Óbidos.

Com esta edição André Cunha Leal, diretor artístico do festival, espera “que o Festival de Ópera de Óbidos não só recupere a sua antiga glória, mas também alcance novos patamares e aspirações internacionais”.

Mais informações sobre o programa e bilhetes aqui.

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