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Sociedade

Concluída requalificação da muralha de Peniche

A obra abrangeu a requalificação ou a construção de diversos espaços envolventes às muralhas.

Foto de arquivo

As obras de requalificação da muralha de Peniche, classificada como Monumento Nacional, foram dadas como terminadas na sexta-feira, 15 de dezembro, por este município do distrito de Leiria, passados dois anos após o seu início.

Em reunião pública, o executivo municipal aprovou, no mesmo dia, a receção provisória das obras e encerrou as contas em 734 mil euros, depois de contabilizados 78 mil euros de trabalhos a mais necessários durante a intervenção.

O valor total inicialmente previsto era superior a um milhão de euros, mas como não foram realizados 45% dos trabalhos projetados, não foram investidos 533 mil euros do orçamento inicial.

Na mais recente assembleia municipal, o presidente da câmara, Henrique Bertino, justificou que a obra não ficou concluída porque a autarquia esperou um ano pela autorização do Governo para intervir.

A empreitada foi lançada a concurso pelo valor de 1,2 milhões de euros e recebeu financiamento comunitário.

Iniciada em setembro de 2021, incluía o reforço estrutural e a reconstrução da muralha principal e de todas as estruturas e dos caminhos de ronda (adarves) existentes, assim como o tratamento de problemas identificados, com o preenchimento das juntas de alvenaria ou cantaria de pedra.

A obra, relevante para a salvaguarda do património de Peniche, abrangeu a requalificação ou a construção de diversos espaços envolventes às muralhas.

Antes de o concurso ter sido lançado, foi efetuado o levantamento das anomalias existentes na muralha, concluindo-se que “a frente abaluartada da Praça de Peniche, classificada como Monumento Nacional desde 1938 – que une o Forte das Cabanas até à Praia do Quebrado através de muralhas, baluartes e meios baluartes – carecia há muito de uma intervenção de fundo para colmatar o estado de degradação [de] há muitos anos”.

Um relatório da autarquia de 2013, a que a Lusa teve acesso, concluía que se verificavam, à data, “deslocações de blocos motivadas pela ação agressiva do mar”, que tinham vindo a abrir buracos na muralha, fazendo “perigar a estabilidade do conjunto”.

Também a guarita do Baluarte da Gamboa se apresentava “instável devido a fissuras de deslocamento na ligação à muralha”, o que causava problemas de segurança aos transeuntes no exterior e no interior da muralha.

O relatório apontava a necessidade “urgente” de uma intervenção com vista a recolocar os blocos em falta e preencher as juntas para não agravar a situação.

Desde essa altura que o município vinha a alertar a Direção-Geral do Património para o estado da muralha, tendo decidido avançar primeiro com obras mais urgentes e depois com a intervenção de fundo, substituindo-se ao Estado.

A muralha de Peniche remonta ao século XVI.

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