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Leiria

Ar polar vindo da Escandinávia arrefece região a meio da semana

Massa de ar polar origina mínimas próximas dos zero graus, mas região já enfrentou pior. Há sete anos, janeiro teve 12 noites geladas consecutivas

Imagem com a palavra frio escrita no gelo

Esta semana arrancou com os efeitos de uma massa de ar polar que originou a descida das temperaturas. E o frio está para ficar, pelo menos até ao final da semana, fazendo os termómetros descer para perto dos zero graus. Ainda assim, Leiria já viveu janeiros mais rigorosos.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) adianta que a partir do final da tarde desta segunda-feira, o frio até tenderá a suavizar o seu impacto. Quarta e quinta-feira, todavia, regressa.

Assim, nas próximas horas, a massa de ar polar que tem influenciado o estado do tempo dos últimos dias “será temporariamente substituída, essencialmente nas regiões Centro e Sul do território do continente, por outra de origem marítima, mais quente, transportada por uma depressão centrada a oeste/noroeste da Península Ibérica, que irá trazer nebulosidade e precipitação e uma subida da temperatura mínima no dia 9”.

Dito de outra forma, esta terça-feira será de esperar uma ligeira subida das temperaturas mínimas. Mas a situação irá alterar-se, com o regresso de valores perto dos zero graus.

Assim, na tarde de quarta-feira, o cenário muda. É a partir dessa altura que “uma massa de ar polar continental, com origem na região da Escandinávia, irá gradualmente invadir o norte da Península Ibérica, e posteriormente o sul, resultando em nova descida da temperatura, em especial da mínima no dia 11”.

A manhã de quinta-feira será, pois, fria: “esperam-se temperaturas mínimas entre -5 e 0°C no interior Norte e Centro, sendo entre 1 a 5°C no interior Sul e litoral Norte e Centro, e até 8°C no litoral Sul”, aponta o IPMA. A atual previsão aponta para dois graus de temperatura mínima, na quinta-feira, em Leiria.

Leiria já enfrentou noites muito mais frias

Sexta-feira, 12, será de esperar nova descida da temperatura mínima, ainda que não seja especialmente sentida em Leiria, para onde está previsto que se mantenham os 2 graus.

Mas, de forma geral, para o continente português, antecipa-se “uma nova descida da temperatura mínima, da ordem de 2 a 4°C, pelo que se poderá atingir valores até -8°C em alguns locais do nordeste transmontano e Beira Alta, e perto de 0°C em vários locais do litoral, em especial do Norte e Centro”, explica o instituto em comunicado divulgado esta segunda-feira.

Não obstante o frio que se faz sentir, Leiria está ainda longe dos valores mínimos registados em janeiro do ano passado, – com os termómetros a descerem até aos 3,5 graus negativos a 29 de janeiro – ou mesmo de 2022, com a mínima de -1,3 graus atingida a 20 de janeiro.

O frio destes dias fica ainda mais distante do rigor de janeiro de 2021, altura em que a cidade do Lis registou 4,6 graus negativos (dia 11 de janeiro) e em que em Alcobaça, as mínimas caíram até os -5 graus, no dia 12, no meio de uma onda de frio que durou nove dias.

E esse nem é o registo mais extremo. No caso da cidade entalada entre os rios Alcoa e Baça, o recorde de frio é ainda mais acentuado e aconteceu há sete anos: -6,7 graus, atingidos em janeiro de 2017, numa onda de frio que garantiu uma mínima de -5,7 graus em Leiria, no dia 19 de janeiro.

O mês de janeiro de há sete anos foi particularmente frio, com uma dúzia de dias consecutivos na cidade do Lis com mínimas iguais ou inferiores a zero graus, revelam os registos do IPMA.

Apesar das baixas temperaturas, ao final da tarde desta segunda-feira, o IPMA não apresentava previsão de mínimas negativas para o distrito durante esta semana. Castanheira de Pera, com zeros graus de temperatura mínima na quinta-feira, é a previsão mais extrema para a região, seguindo-se um grau previsto para a Batalha nesse mesmo dia, e um grau em Pedrógão Grande no dia seguinte.

Confortados com o facto destes não serem os dias mais frios de sempre, regressemos à situação desta semana. A verdade é que em consequência desta descida da temperatura, “está prevista a formação de gelo ou geada, em especial no interior Norte e Centro, onde terá impacto mais significativo na circulação rodoviária”, alerta o IPMA.

Estes são dias em que a queda de neve é uma possibilidade nalgumas zonas do país, ainda que, no nosso distrito, tudo indica que a probabilidade de precipitação – que só deve acontecer até quarta-feira – sob a forma de neve seja muito reduzida.

Todavia, nas zonas montanhosas, esse é um cenário previsto. Foi mesmo “emitido aviso Amarelo de Queda de Neve para as serras do extremo norte, acima de 600/800 metros de altitude, pelo impacto que poderá ter por acumulação, entre o final de dia 8 e a madrugada de dia 9”.

Nos dias 9 e 10, “prevê-se a ocorrência de precipitação, em geral fraca, com uma probabilidade, entre 70 e 100% na generalidade do território no dia 9, sendo inferior a 70% nas regiões Norte e Centro no dia 10 e inferior a 50% na região Sul. Nesses dias, a precipitação que ocorrer no extremo norte, será sob a forma de neve aproximadamente acima de 600/800 metros de altitude (subindo para 1000/1200 metros durante o dia), e acima de 1400/1600 metros nas restantes serras”, refere o IPMA.

Note-se que o ponto mais alto do distrito de Leiria, a Serra da Lousã, no concelho de Castanheira de Pera, situa-se a pouco mais de 1.200 metros de altitude situação que, em princípio, reduz a possibilidade de aí se registar neve.

Ainda assim, o IPMA sublinha que “existe incerteza na localização da precipitação, pelo que um ligeiro desvio será suficiente para impactar a previsão da neve”, aconselhando pois “o acompanhamento das previsões e da emissão de avisos meteorológicos nos próximos dias”.

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