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Cultura

CRID desenvolve material gráfico inclusivo para um dos mais antigos festivais literários do Brasil

Curadora do festival Flipoços considera que as “ações de acessibilidade sempre foram uma preocupação do festival”, mas este ano a colaboração do CRID, do Politécnico de Leiria, “fez toda a diferença”.

Tem início este sábado, dia 27, a 19.ª edição do Flipoços, um dos maiores encontros de literatura de língua portuguesa do mundo, que acontece até 5 de maio, em Minas Gerais, no Brasil. A edição deste ano fica marcada pela parceria do Festival com o CRID – Centro de Recursos para a Inclusão Digital, do Politécnico de Leiria, para o desenvolvimento de material gráfico inclusivo, direcionado a pessoas com necessidades específicas.

O material desenvolvido pelo CRID inclui um flyer impresso em braille, com texto aumentado (para pessoas cegas ou com baixa visão), pictogramas (para pessoas com deficiência intelectual ou diversidade funcional) e um código Quick Response (QR), que remete para um website onde estão disponíveis as versões áudio e vídeo em Libras – Língua Gestual Brasileira, para pessoas surdas, também desenvolvidas pelo CRID, explica o Politécnico de Leiria em comunicado

Além do desenvolvimento do flyer e do vídeo com tradução em Libras, o CRID estará ainda representado no Flipoços pela sua coordenadora, Célia Sousa, que participará em duas mesas redondas especialmente dedicadas ao tema da acessibilidade.

A primeira acontece no dia 30 de abril, subordinada ao tema “Literatura, Inclusão e Inteligência Acessível” e a segunda no dia 2 de maio, sobre “Literatura Acessível e Inclusiva”, em que será apresentado o livro “Experiências no/do processo de Inclusão de Pessoas com Deficiência (PcD) em Portugal”, que conta a história do CRID ao longo de 17 anos.

“Ainda nessa mesa será apresentado o documentário ‘Coisas boas acontecem’, gravado em dezembro de 2022, no qual participo. O documentário será em breve disponibilizado em todo o Brasil e junta três mulheres que acreditam que podem fazer a diferença na vida das pessoas. No documentário participam ainda a escritora brasileira Carina Alves e a cantora brasileira Tay”, conta Célia Sousa, adiantando que “as expectativas para a participação no Flipoços são as melhores, já que a acessibilidade será precisamente um dos temas em destaque”.

Segundo a coordenadora do CRID, a temática da acessibilidade comunicacional está “cada vez mais presente na sociedade”, contudo “ainda há um longo caminho a percorrer para termos uma sociedade mais equitativa e acessível a todos”.

“São estas ações que podem fazer a diferença no futuro. A nossa presença no festival, considerado um dos mais antigos e conceituados do Brasil, é de extrema importância para o mundo lusófono, mas também para o trabalho que desenvolvemos no CRID. O Brasil é um país com dimensões de continente, pelo que é muito gratificante perceber que o trabalho que realizamos deste lado do Atlântico chega a outras culturas”, refere Célia Sousa.

“Acredito que trabalhando com as crianças desde a infância, através dos livros multiformato, vamos certamente impactar as novas gerações”, acrescenta.

Já a curadora do festival Flipoços, Gisele Ferreira, considera que as “ações de acessibilidade sempre foram uma preocupação do festival, mas este ano a colaboração com o CRID fez toda a diferença”. “Este é um diferencial muito importante do nosso festival que, inclusive, tem sido reconhecido internacionalmente por essa característica. Contarmos com um material gráfico em Libras, que traz pictogramas, possibilitará às pessoas com todos os tipos de deficiências acederem à programação e ao conteúdo do nosso site, que também é acessível”, afirma, citada em comunicado.

O Centro de Recursos para a Inclusão Digital do Politécnico de Leiria é considerado uma referência internacional na área da inclusão e tem sido reconhecido nacional e internacionalmente.

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