O projeto “Bata Branca” garantiu, desde junho do ano passado, 12.500 consultas a utentes do concelho de Ourém sem médico de família, disse à agência Lusa o presidente do município, Luís Albuquerque.
“Onze meses depois, o balanço é francamente positivo”, afirmou Luís Albuquerque, explicando que o projeto está a permitir ter “médicos em todas as extensões do concelho, incluindo o centro de saúde de Ourém, e que têm ajudado a resolver esse problema que temos identificado há muito tempo”, a falta de médicos de família.
De acordo com o autarca, o projeto já envolveu 11 médicos, que prestaram serviço “3.334 horas, o que dá uma média de 12.500 consultas”.
“Demonstra bem a importância do projeto (…) em prol da saúde dos nossos utentes”, adiantou, ressalvando tratar-se de médicos assistentes e não médicos de família e que a “solução ideal” era o concelho ter mais médicos de família.
Em abril de 2023, a Câmara de Ourém anunciou que iria comparticipar consultas para utentes sem médico de família, no âmbito de um acordo de cooperação com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e União das Misericórdias Portuguesas (UMP), delegado na Santa Casa da Misericórdia Fátima-Ourém.
Já em fevereiro último, foi assinado novo acordo de cooperação envolvendo a Unidade Local de Saúde da Região de Leiria (ULS RL, para a qual transitou o concelho).
Então, a Santa Casa comprometeu-se a assegurar mais 50 horas semanais até ao final deste ano além das 100 horas semanais já protocoladas, “para colmatar as falhas nas consultas”, segundo informação disponibilizada pela Câmara de Ourém.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>Segundo o acordo, à ULS RL cabe pagar 27 euros/hora e ao município 15 euros/hora aos médicos.
“Os médicos ganham 40 euros à hora por estarem neste projeto e dois euros são para as despesas administrativas que a Santa Casa tem neste processo”, declarou o presidente da autarquia do distrito de Santarém.
Luís Albuquerque frisou que este é um esforço “muito grande” que o município está a fazer relativamente a uma competência que é do Estado.
“Entendemos que [o] devíamos fazer face à necessidade e à urgência que tínhamos de ter mais médicos a trabalhar no concelho de Ourém”, declarou.
Para o autarca, a alternativa a este projeto é colocar mais médicos de família e criar uma Unidade de Saúde Familiar na sede do concelho, como existe em Fátima.
“Essa é a alternativa que estamos a tentar, juntamente com a ULS, trazer para o concelho novamente, porque essa é a solução ideal em termos de prestação de cuidados de saúde”, referiu Luís Albuquerque.