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Cultura

Trilho recria percurso das tropas castelhanas até à Batalha de Aljubarrota

Promovido pelo Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota (CIBA) e pelo Museu da Comunidade Concelhia da Batalha (MCCB), o percurso linear, de dificuldade média, conjuga atividade física, conhecimento histórico e entretenimento.

O percurso do exército castelhano até à Batalha de Aljubarrota é explicado e animado em 8 km Foto: CIBA

 Um percurso interpretativo de oito quilómetros entre o concelho da Batalha e São Jorge, no concelho de Porto de Mós, recria no sábado o trajeto feito em 1385 pelos castelhanos até à Batalha de Aljubarrota.

Intitulada “Trilho da Batalha Real”, a iniciativa pretende reconhecer os passos dados pelo exército castelhano, desde o primeiro avistamento da hoste portuguesa, na primeira posição – atualmente perto do Mosteiro da Batalha -, até ao local do confronto, a sul, na segunda posição.

Promovido pelo Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota (CIBA) e pelo Museu da Comunidade Concelhia da Batalha (MCCB), o percurso linear, de dificuldade média, conjuga atividade física, conhecimento histórico e entretenimento, explicou à agência Lusa o diretor do CIBA, Tiago Paz.

“Hoje, num percurso mais confortável, é a forma de os participantes poderem reviver e entender as dificuldades, retratando aquilo que era a movimentação de um exército com milhares de pessoas, com as suas carroças, os seus mantimentos, as suas armaduras”.

Ao longo do “Trilho da Batalha Real”, serão promovidas pequenas recriações históricas, para que a aprendizagem seja mais divertida e seja interiorizada com maior facilidade, e, também, para algum descanso, porque há algumas zonas de acesso mais íngreme.

Essas paragens serão ainda aproveitadas para contextualizar o que se passou nos dias 13 e 14 de agosto de 1385, sobretudo a estratégia militar que levou os castelhanos a evitar o confronto em situação desfavorável.

A intenção, explicou Tiago Paz, é transmitir a visão do exército castelhano e porque é que terá adotado essa decisão de contornar a primeira posição, que seria o caminho normal, para culminar, depois, na segunda posição, onde se deu o recontro.

Este pormenor da história da Batalha de Aljubarrota ajuda também a perceber a mestria da hoste portuguesa.

“A definição da primeira posição e da segunda foram escolhidas estrategicamente pelo exército português, por D. Nuno Álvares Pereira e D. João I, dado o potencial ao exército português”, que, em menor número, aumentou as hipóteses de poder enfrentar o exército castelhano.

A distribuição de vales e ribeiras naquele território, “obrigatoriamente fizeram com que os castelhanos procurassem outra via para terem mais amplitude” e tentarem “potenciar o seu número de homens, que era bastante superior ao do exército português”.

Todas essas manobras serão detalhadas no percurso interpretativo no sábado, que culmina em São Jorge, com a explicação ‘in loco’ sobre o que aconteceu, finalmente, na Batalha de Aljubarrota.

O CIBA, que regularmente organiza com o município de Porto de Mós caminhadas inspiradas na deslocação do exército português daquele concelho para o campo de batalha, procura, agora com o MCCB, dar a perspetiva do outro lado.

O percurso da manhã de sábado é historicamente informado, notou o diretor do CIBA, mas terá pequenos ajustes relativamente ao original.

“A geografia de 2024 é um pouco diferente da de 1385”, sendo necessário realizar desvios pontuais “para garantir a segurança dos participantes.

As inscrições para o “Trilho da Batalha Real” são gratuitas (em formulário ‘online’ nas redes sociais do CIBA) e, à partida, a organização não conta com a presença de “descendentes” do exército castelhano.

“Não temos essa expectativa, mas todos os espanhóis que venham serão bem-vindos, porque verão também a parte da movimentação do seu antigo exército”, concluiu Tiago Paz.

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