“Que futuro para o antigo Seminário de Leiria?”. O subtítulo da exposição a inaugurar no sábado na Igreja de São Pedro revela todo um programa. Fundado em 1674 e sucessivamente encerrado e reaberto, o seminário serviu depois como internato liceal, instalação militar do Regimento de Infantaria 7 e, por fim, para recenseamento militar. Há anos que se fala que será museu de arte sacra, mas nada avança.
É uma história em suspenso a que o artista plástico Miguel Cardoso explorou a convite do m|i|mo, do município e do Departamento do Património Cultural da Diocese de Leiria-Fátima. O mote foi “escutar o silêncio do lugar” e transformar essa escuta num “ensaio visual sobre a sacralidade da ruína e o potencial de transformação que nela habita”, avança a organização.
Junto ao rio Lis, entre a ponte Hintze Ribeiro e o Museu de Leiria, mesmo em ruína, o antigo Seminário “continua a pulsar com memória, espiritualidade e beleza inusitada”, elementos que inspiraram o ensaio fotográfico criado a partir dos corredores vazios e quartos despojados, percorridos pelo artista à procura de vestígios do sagrado.
O exercício, com curadoria de Marco Daniel Duarte, funciona como janela simbólica, evocando a premissa original. “O clamor da ruína: Que futuro para o antigo seminário de Leiria?” abre este sábado, 7 de junho (15h30), e fica visitável até 30 de novembro, com entrada gratuita e marcação pelo número 244 839 675 ou mimo@cm-leiria.pt.
