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Cultura

Olaria da Bajouca e adufeiras de Idanha-a-Nova juntas em projeto de criação musical original

Três percussionistas e mais de uma dúzia de adufeiras apresentam no sábado, dia 28, em Leiria (e no domingo em Idanha-a-Nova), o resultado de um projeto que quer não apenas preservar, mas também recriar as tradições.

António Casal é um dos percussionistas de Leiria envolvidos no projeto "Sons da terra e da tradição” que faz música a partir da olaria da Bajouca - e não só FOTO: LCCM

As sonoridades das bilhas de barro da Bajouca e dos adufes da Beira Baixa têm encontro marcado no projeto criativo “Sons da terra e da tradição”, que será apresentado ao vivo no fim de semana em Leiria e Idanha-a-Nova.

Atualmente em residência artística em Leiria, três percussionistas desenvolvem e exploram as potencialidades das peças de barro da Bajouca, uma freguesia do concelho de Leiria reconhecida historicamente pela tradição na olaria.

O objetivo é conjugar esses sons com a tradição dos adufes das Adufeiras do Rancho Etnográfico de Idanha-a-Nova, do distrito de Castelo Branco, num espetáculo que combine a linguagem da “música contemporânea, o património musical e literário da região de Leiria e de Idanha-a-Nova”, explicou à agência Lusa António Casal.

O músico é um dos três percussionistas envolvidos na iniciativa promovida pelo Orfeão de Leiria e pelas cidades criativas da música UNESCO, Leiria e Idanha-a-Nova, que integram a Rede das Cidades Criativas UNESCO do Centro de Portugal.

Com António Casal e Francisco Vieira, professores no Orfeão de Leiria, está Vasco Fazendeiro, que leciona na Academia de Música da Banda da Covilhã e no Conservatório Regional de Castelo Branco. Os três percussionistas estão a desenhar um espetáculo original, que integrará o som do adufe, instrumento tradicional que simboliza a vitalidade e a cultura da Beira Baixa.

“São estes cenários que nos inspiram e motivam à criação deste projeto inovador que pretende unir a tradição da olaria com as sonoridades rítmicas do adufe e das obras de cerâmica, incorporando elementos da percussão mais erudita. Assim, transformamos a cultura local numa nova linguagem artística”, acrescenta o Orfeão de Leiria, que assim pretende “não apenas preservar, mas também recriar as tradições”. 

Combinar um conjunto de linguagens e estéticas tão diferentes, “parece uma ‘salada russa’”, admite António Casal. “Mas é uma ‘salada russa’ com tudo no sítio”, esclareceu, divertido, o músico no intervalo de um dos ensaios da residência artística que decorre na Black Box.

Apesar de ser “um desafio enorme”, o projeto “Sons da terra e da tradição” revela-se “profundamente entusiasmante para todos nós”. E ainda nem chegaram as adufeiras de Idanha, que apenas se juntam à residência na manhã de sábado, para concluir os trabalhos que vão resultar nos concertos intitulados “Uma ode ao barro e ao adufe”.

António Casal assume que esta é “uma grande responsabilidade”: 

“Estamos a representar a terra e estamos a pôr algo de nós, juntamente com os artesãos e olaria da Bajouca”, que construíram as peças feitas instrumento musical.

Os percussionistas estão a pesquisar as potencialidades das bilhas de barro da Bajouca, mas também de “regadores de ferro antigos, de bilhas de ferro e de outros objetos que saem do quotidiano”. Nesta equação entram também as mais convencionais marimbas e vibrafones, com que os percussionistas estão habituados a operar.

No espetáculo, os percussionistas terão momentos em que atuarão sozinhos, noutros são as adufeiras a tocar por si, mas o destaque serão os encontros entre ambos. 

“Estamos a preparar muito repertório original e repertório tradicional com nova roupagem”, acrescentou António Casal. Ao elenco juntar-se-á também a atriz Carolina Martins Monteiro, que vai declamar poemas de Francisco Rodrigues Lobo.

Os concertos “Uma ode ao barro e ao adufe” do projeto “Sons da terra e da tradição” são apresentados no sábado, dia 28 de junho, na Black Box Leiria, a partir das 19 horas, e no domingo, dia 29, no Centro Cultural Raiano, em Idanha-a-Nova, às 17 horas. A entrada é livre.


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