“O campo da Portela é, e continuará a ser, a casa do Atlético Clube Marinhense”. A garantia é dada pela direção do At. Marinhense, em comunicado, em reação à “tomada de posse unilateral” que o sócio e antigo dirigente Juventino Fernandes terá realizado ontem, quarta-feira, ao substituir as fechaduras do recinto desportivo.
A direção, refere o comunicado, “foi surpreendida com a tomada de posse unilateral do campo da Portela por parte do sócio Sr. Juventino Fernandes, ação que incluiu a substituição de fechaduras e a instalação de sistemas de videovigilância, e que decorreu sem qualquer consentimento da atual direção”.
Em causa está um apoio financeiro que o antigo presidente do At. Marinhense deu ao clube, com a aquisição do terreno onde se encontra o campo da Portela – “gesto que agradecemos e consideramos digno de registo”, diz a direção -, mas sobre o qual o clube ainda não pagou qualquer valor ao ex-dirigente. O não pagamento terá levado Juventino Fernandes a bloquear o acesso ao recinto desportivo no dia de ontem, antes de retomarem os treinos das equipas de formação, agendados para segunda-feira, dia 4 de agosto.
Ainda assim, a direção afirma que “o campo da Portela é, e continuará a ser, a casa do Atlético Clube Marinhense, clube centenário com uma história de presença ininterrupta no campo da Portela de mais de 90 anos”.
Com a “missão principal servir a comunidade, proporcionando às crianças e jovens a prática regular e saudável do desporto, em espírito de inclusão, formação e desenvolvimento humano”, a direção do At. Marinhense informa que “está a tomar todas as medidas necessárias para repor a normalidade e assegurar que o clube possa continuar a cumprir com a sua missão, no respeito pela sua história, pelos seus sócios e por todos aqueles que ao longo das décadas fizeram do campo da Portela um símbolo do desporto na Marinha Grande”.
Recorde-se que, nos últimos anos, Juventino Fernandes terá realizado um acordo que envolvia o clube e uma promotora, que teria intenções de construir ali uma superfície comercial, num investimento acima dos dois milhões de euros, o que permitiria ao clube pagar o valor reclamado pelo antigo dirigente e suportar a saída do At. Marinhense para novas instalações.
Em dezembro passado, o clube recebeu uma ordem de despejo, por parte do proprietário do terreno, para deixar o Campo da Portela até ao final desse ano, contudo, em reunião de Assembleia Geral do clube, a ordem de despejo acabou por ficar suspensa.