O candidato da coligação Avançar Leiria (Bloco de Esquerda, Livre e PAN), José Peixoto, defendeu hoje políticas para combater a violência doméstica e a habitação precária, não esquecendo a mobilidade e os animais.
Na apresentação oficial da sua candidatura, José Peixoto destacou a “grave crise habitacional” que Leiria também enfrenta.
“As soluções não são fáceis e não inventámos a roda quando defendemos mecanismos de controlo das rendas e apoios à construção pública a preços justos”, adiantou, sugerindo uma aposta no património devoluto e em negociar com os proprietários uma “forma de apoio à reabilitação” ou à aquisição de imóveis pela autarquia.
Questionando se o concelho de Leiria “tem níveis de criminalidade violenta” que justifiquem a criação de uma polícia municipal “musculada” e “câmaras de vigilância com reconhecimento facial disseminadas por toda a parte”, José Peixoto defendeu que a Polícia de Segurança Pública e a Guarda Nacional Republicana “sejam dotadas de melhores e mais meios materiais e humanos”.
Para o antigo delegado de informação médica, de 67 anos, “o maior problema de segurança está no seio das famílias”, onde “não há câmara de vigilância que funcione”.
Afirmando que “a violência doméstica é também, aqui no concelho, o maior problema de criminalidade”, propôs “políticas de proteção e apoio às vítimas, que diminuam o receio que grande parte tem em denunciar os maus-tratos”.
José Peixoto criticou os problemas com a mobilidade, defendendo “a modernização da frota, totalmente movida a energia limpa e a sua passagem para o município”, assim como a “gratuitidade do transporte público em Leiria até 2029 e dotar “os edifícios propriedade do município com painéis solares”, promovendo “comunidades produtoras de energia solar”.
Referindo-se aos idosos, o cabeça de lista disse que a “desumanização crescente nas sociedades tem reflexo (…) nas relações de proximidade”, contribuindo para o aumento de pessoas solitárias.
Nesse sentido, destacou o papel dos animais de companhia no afeto e na ajuda aos “mais isolados e dependentes”.
“Também por eles [animais] e pelos seus direitos no batemos”, garantiu.
O comissário político do PAN -Pessoas-Animais-Natureza, Hugo Trindade, adiantou que “Leiria pode e deve ser um território de mudança” e alertou para o crescimento “das forças radicais e do extremismo”.
“Sabemos que há insatisfação, sabemos que há desilusão, mas sabemos também que a democracia só se fortalece quando responde” e “esta coligação dá resposta a esse pedido” e “nasce desse compromisso, de estar presente, de ser uma alternativa credível, de devolver dignidade à política local, de não virar as costas a quem mais precisa, sejam eles pessoas, animais ou a natureza”, destacou.
Também a co-porta-voz do Livre, Isabel Mendes Lopes, entendeu que é necessário retomar a confiança dos cidadãos, apontando que a candidatura Avançar Leiria traz “o direito à cidade, a uma casa digna e a um espaço onde se consegue verdadeiramente viver”.
O dirigente nacional do Bloco de Esquerda, José Gusmão, considerou que esta coligação junta “tanta gente destes três partidos e tanta gente sem partido para falarem uns com os outros, a uma voz, transformadora e terrivelmente necessária no debate político”, que serão uma “voz plural e transformadora” e “um fator de mudança nesta autarquia”.
São também cabeças de lista à Câmara de Leiria nas próximas autárquicas o atual presidente, Gonçalo Lopes (PS), Sofia Carreira (PSD), Luís Paulo Fernandes (Chega), Paulo Ventura (IL), Nuno Violante (CDU), Branca Matos (CDS-PP) e Nuno Henriques Barroso (ADN).