A Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Leiria vai avançar com um Plano Estratégico para a Indústria da Defesa, devido “à importância que a região representa no sector industrial, para poder dar esse contributo ao nível do país”.
No final da última reunião da CIMRL deste mandato, o seu presidente, Gonçalo Lopes, adiantou que há também a necessidade de se conseguir “obter financiamento para empresas dos mais diversos sectores, em especial os moldes, poderem alavancar os seus negócios nesta área”.
A reunião, em Regueira de Pontes, Leiria juntou autarcas, a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Isabel Damasceno, e o secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional, Hélder Reis.
“No contexto nacional, a nossa região é muito importante do ponto de vista da indústria pela sua diversidade, pela sua capacidade de adaptação e este é um desígnio da Europa e de Portugal, e, existindo essa capacidade instalada, esse ‘know-how’, como é o caso da Tekever [fabricante de drones], mas outras empresas, acho que temos aqui uma oportunidade importante para podermos adaptar a indústria a esta nova tendência”, declarou.
O autarca, também presidente da Câmara de Leiria, realçou ainda neste âmbito o apoio da Associação Empresarial da Região de Leiria/Câmara de Comércio e Indústria (NERLEI CCI) e de “sectores chaves, como os moldes”.
Isabel Damasceno reconheceu que a área da defesa “é uma das prioridades da Europa”, que não é agradável, mas necessária.
“E a nossa região tem condições instaladas para poder ser aqui um peso grande nesta indústria da defesa, porque o sector dos moldes é muito importante para a área da defesa e temos um setor de moldes instaladíssimo e com uma enorme qualidade técnica”, além de já existirem empresas na produção de equipamentos, adiantou.
Afirmando que “foi com agrado” que registou esta preocupação da CIM, Isabel Damasceno notou que “a CIM podia deixar funcionar o mercado sem ter nenhuma estratégia enquadradora, sem ter projetos que possam ajudar a que este objetivo maior se concretize”, mas, pelo contrário, “está a trabalhar numa estratégia” e que “vai apresentar em breve um conjunto de ações que concretizam esse plano”.
Questionada sobre a existência de verbas para esta área, a presidente da CCDRC notou que “houve agora uma reprogramação dos fundos comunitários em que a defesa passou a ser uma prioridade”.
“E nós [CCDRC], muito em breve, temos na nossa dotação do programa 15 milhões para a defesa, mas possíveis de ser reforçados dependendo da procura que surgir”, explicou, precisando que o montante se destina a empresas, além de que poderá haver financiamento europeu direto.
Já Hélder Reis ressalvou a necessidade de conhecer o plano com “mais detalhe”, mas admitiu que “é um bom princípio na medida em que permite várias coisas em simultâneo”, como o facto de a região que estar “alinhada” com “prioridades nacionais e europeias”.
Por outro lado, “permite revitalizar setores de atividade que, neste momento, tendo em conta os constrangimentos internacionais” atuais, “quer seja da guerra, quer seja de impactos de uma política comercial mais agressiva, têm causado alguns constrangimentos” a empresas, declarou, referindo-se, em particular, aos moldes.
Assinalando a possibilidade deste sector “contribuir para outras áreas de produção” na qual “a defesa beneficia”, Hélder Reis acrescentou que agora há que “fazer o levantamento de todas as necessidades do país e enquadrá-las dentro daquilo que será a estratégia que, naturalmente, o Sr. ministro da Defesa irá definir para o país”.
A CIM integra os municípios de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós.