Bruno Pernadas, Moura ou Duarte Valadares são alguns dos protagonistas de À Margem, programa de cruzamentos artísticos que decorre na Marinha Grande, no distrito de Leiria, de sexta-feira a domingo.
O projeto promovido pelo Teatro Stephens vai para a quinta edição e continua a juntar, numa mesma programação, propostas experimentais, artistas emergentes e com menos oportunidades de aparecer, em conjunto com nomes mais sonantes.
Os sete momentos do ciclo À Margem procuram ainda “desafiar o público a reduzir a velocidade dos seus dias” e “usufruir e contemplar de momentos especiais e memoráveis”, explicou a equipa de programação, em resposta à agência Lusa.
O destaque vai para a atuação de Bruno Pernadas, no sábado, às 18h30, no Auditório da Resinagem.
“É um dos expoentes da música jazz e fusão portuguesa, com um trajeto internacional de bastante relevo”.
No mesmo dia, mas no Teatro Stephens, às 21h30, apresenta-se “Rubble King”, de Duarte Valadares, “um dos bailarinos mais relevantes da dança portuguesa”, enquanto, na sexta-feira à noite, atua na Marinha Grande o projeto Moura, que “une guitarra portuguesa e violoncelo, numa união de gerações e tradição com contemporaneidade”.
Ainda na tarde de sábado, Mariana Lemos e Joana Guerra levam à Marinha Grande “Inclinar”, exercício que combina dança, performance inspirada no local e o diálogo entre violoncelo e eletrónica.
À Margem convoca ainda os artistas marinhenses, que, através do projeto “A Fábrica”, vão mostrar criações na sessão Palco Aberto.
“A Fábrica” tem envolvido regularmente criadores e artistas da Marinha Grande na programação municipal, “umas vezes a solo, outras vezes em conjunto com artistas e companhias convidadas”, para “dar palco, novos referenciais e novas experiências impactantes aos marinhenses, como participantes ou como público”.
O projeto tem revelado “um fôlego surpreendente”, fazendo sobressair “muitos talentos que se pretende desenvolver em diversas áreas artísticas, na música, cinema, audiovisuais, teatro, dança, fotografia, ilustração, literatura, artes visuais, artes plásticas, trabalho com vidro, pensamento”.
“Desta forma, temos conseguido mapear, reunir e gerar propostas de ações com diversos artistas e diversas áreas artísticas, construindo um corpo e um lugar comum para uma comunidade artística e de pensamento contemporânea que se tem mantido ligada à memória coletiva e identidade da Marinha Grande”, notaram os programadores.
À Margem é mais uma oportunidade para dar visibilidade a esse trabalho e encerra no domingo à tarde com Dinis Brito, “um jovem pianista da Marinha Grande, que completou estudos na Orquestra Metropolitana e que segue agora na ESMAE”.
“Convidámos para apresentar composições de sua autoria, num momento para o qual temos muita expectativa”, assumiu a organização.
A entrada em todas as atividades do ciclo é gratuita, porque “nenhum dos espetáculos serve uma elite de público, mas, antes, promove a democratização do acesso”, acrescentou a direção artística.
“Desta forma, pretendemos abrir os espaços culturais da cidade a esta programação, numa missão de serviço público e proporcionando artes e artistas menos presentes nos cartazes, mas nas quais acreditamos, para poder servir uma das missões do Teatro Stephens: arte e cultura com e para todos”, concluiu a direção artística.
O ciclo acontece com o Apoio à Programação da Rede de Teatro e Cineteatros Portugueses da Direção-Geral das Artes (DGArtes).