Foi numa entrevista inédita, transmitida precisamente há uma semana, pelo Canal 11, que Nélio Lucas apresentou os seus objetivos para a União de Leiria SAD a curto prazo, com muitas novidades.
Um dia depois da equipa ter vencido a eliminatória da Taça de Portugal e na 5ª posição, a três pontos o líder da II Liga, analisamos alguns dos principais temas que o dirigente abordou nesta entrevista.
O presidente da SAD leiriense, cargo que assumiu em fevereiro deste ano, apesar de estar ligado à estrutura diretiva desde 2022, evidenciou, entre outras referências, que ambiciona tornar a União de Leiria no “quarto grande” do futebol em Portugal e construir um estádio próprio, com capacidade para 12 a 15 mil pessoas.
O projeto, disse, enquadra-se num “plano arrojado” que tem pensado para a SAD, com a criação de um “estádio novo, uma arena onde também se joga futebol e não o contrário”, beneficiando da localização geográfica de Leiria.
A infraestrutura deverá ter, afirmou, capacidade para 12 a 15 mil pessoas, num investimento a rondar os 20 milhões de euros. “Não é um investimento assim tão elevado. O projeto está em andamento, já temos o parceiro-âncora que vai efetivamente dar vida ao estádio. Este estádio vai custar um pouco mais para conseguir acolher um pouco mais do que queremos fazer além do futebol”, referiu o dirigente, de 46 anos, sem mencionar a localização da futura infraestrutura ou o nome dos parceiros envolvidos.
Recorde-se que o REGIÃO DE LEIRIA divulgou, em outubro, que a SAD e a direção do clube estão a negociar “um novo projeto, uma nova academia numa zona mais central” de Leiria, que deverá ter desenvolvimentos a curto prazo.
Contudo, Nélio Lucas, em declarações no programa “Sair a jogar”, do Canal 11, salientou que apesar da “estratégia arrojada, com novas infraestruturas” que está delineada para a União de Leiria, primeiro que tudo é preciso alcançar “sucesso desportivo em campo” e “chegar à I Liga é o objetivo”.
“Enquanto não chegarmos à I Liga, não vamos poder fazer tudo aquilo que podemos fazer, não só para prestigiar a União de Leiria, mas também valorizar o produto futebol, em Portugal”, disse Nélio Lucas, realçando que “tudo o que acontece em dias de jogo, tem eco em Portugal e no estrangeiro”, recordando a atividades de promoção envolvendo concertos ou os jogos com assistências recorde de 18 mil pessoas, ainda na Liga 3.
Atualmente, com uma média de 6 mil adeptos por jogo, Nélio Lucas entende que a calendarização dos jogos – com apenas duas semanas de antecedência – torna mais difícil a preparação de novas ações de divulgação da marca.
“O nosso estádio, o Dr. Magalhães Pessoa, é o nosso melhor ativo, mas é também o nosso pior ativo, porque obriga-nos a uma estratégia muito maior para colocar pessoas no estádio. Temos uma média, esta época, de 6 mil pessoas e parece vazio que está vazio. Depois temos a pista de atletismo, que é importante, mas corta um bocado o ambiente [do jogo]. Vemos as equipas que têm os adeptos em cima da linha de jogo e o impacto é muito maior”, disse.
“Ter um estádio próprio é fundamental para que a União de Leiria possa desenvolver uma estratégia além do jogo em si. Hoje, o estádio [municipal de Leiria] tem uma estratégia do Município, e bem, há utilização do estádio, o município tem feito uma gestão extraordinária” e “não é um elefante. Todos os dias acontecem coisas no estádio, mas é um estádio, na minha opinião, com uma dimensão desadequada para aquilo que é o local. Mas está feito, serviu o seu propósito no Euro 2004 e serviu o propósito da União de Leiria”, salientou.
Questionado durante o programa, Nélio Lucas falou ainda do plantel atual – “com condições para estar na I Liga” -, da venda de Djé Tah D’Avilla, por 4 milhões, e do negócio não concretizado com Alisson Santos [atualmente no Sporting], da gravação de uma série que será brevemente disponibilizada numa plataformas de streaming, e da alteração do símbolo do clube – “talvez o momento mais polémico”, nestes últimos três anos.