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Ourém

Mais de metade dos incêndios rurais registados este ano em Ourém tiveram causa intencional

Dos 69 incêndios rurais registados este ano, 16 tiveram causa negligente.

FOTO: LO

O município de Ourém registou entre 1 de janeiro e 15 de outubro 69 incêndios rurais, segundado dados divulgados no início deste mês num balanço feito pelo Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR).

Numa reunião do Centro Coordenador Operacional Sub-Regional, que juntou várias entidades em Ourém, para efetuar o balanço do DECIR, David Lobato, comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil, começou por dizer que houve 206 ocorrências no médio Tejo, as quais resultaram em 113,235 hectares ardidos.

O comando sub-regional do Médio Tejo abrange os concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha.

Até 15 de outubro, o concelho de Ourém foi o que registou maior número de incêndios rurais (69), seguindo-se Abrantes (60), mas este último a ter maior área ardida (68,682 hectares).

Em Ourém, mais de metade dos incêndios rurais (46) foram causados de forma intencional. Dos 69 incêndios, 16 tiveram causa negligente.

Apenas dois incêndios de um total de 206 tiveram causa natural, de acordo com os dados disponibilizados no passado dia 6.

Comparativamente ao histórico dos últimos cinco anos (2020-2024), o Médio Tejo teve menos 19% de ocorrências de incêndios rurais e menos 95% de área ardida relativamente à média anual deste período.

De acordo com David Lobato, 2025 é ainda o segundo ano com menos ocorrências e menos área ardida desde 2020.

O melhor ano em termos de incêndios rurais (201) foi 2021, também com menos área ardida (87,43 hectares).

Em sentido inverso, o pior foi 2020 (313 incêndios rurais), mas em termos de área ardida foi 2022 com 8.066,85 hectares (292 incêndios).

Na reunião, o comandante sub-regional do Médio Tejo destacou para este trabalho as medidas de antecipação e monitorização, exemplificando com o pré-posicionamento de meios, o reforço de equipas, o alargamento dos períodos de vigilância, a disponibilização de meios técnicos (máquinas de rasto, ‘kits’ de juntas de freguesia ou reservatórios de água), envio de notificações SMS, declaração de situação de alerta, reuniões diárias do Centro Coordenador Operacional e difusão de avisos à população via órgãos de comunicação social, entre outros aspetos.

“Ganhamos, antecipando”, resumiu David Lobato, que realçou ainda não haver vítimas mortais, nem feridos graves.

Aos jornalistas, o comandante sub-regional reconheceu que “o Médio Tejo tem um grande problema, que é o ‘incendiarismo’”.

Considerando que tem sido feito “um trabalho extraordinário” pela Guarda Nacional Republicana, Polícia Judiciária e Grupo de Redução de Ignições (composto por elementos daquelas polícias e Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas), com suspeitos identificados e detidos, sobretudo em Ourém, David Lobato admitiu, contudo, ser necessário “apostar ainda mais na sensibilização com os municípios, ir às freguesias e, se calhar, abaixo das freguesias, à própria aldeia”.

Quanto ao trabalho de combate, salientou a importância de ter “uma dispersão de meios pelo território todo” com equipas pré-posicionadas, sustentando que, por isso, o Médio Tejo não teve grandes incêndios este ano, para assinalar ainda que esta região tem vindo “a diminuir o número de ignições e também a área ardida”.


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