“O antigo Seminário de Leiria, onde também funcionou o DRM, encontra-se ao abandono há mais de 30 anos. Como consequência, a degradação é cada vez mais acentuada e visível: telhados a abater, paredes em risco de derrocada e perigo real para quem ali passa. Onde pára o Estado? Não se compreende como continua a deixar degradar um património com esta importância histórica e arquitetónica”
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Várias telhas caíram no início do mês do beirado do edifício onde funcionou o Seminário de Leiria e o Distrito de Recrutamento e Mobilização Militar (DRM), na rua Tenente Valadim. Depois de avaliar os danos, os Sapadores de Leiria colocaram fitas sinalizadoras, como medida preventiva, enquanto a Câmara procedeu à notificação da ESTAMO (empresa de capitais públicos responsável pela gestão do património imobiliário do Estado e dos institutos públicos) no sentido de repor as necessárias condições de segurança.
Ao REGIÃO DE LEIRIA, Luís Lopes, vereador da Proteção Civil, adiantou, na passada semana, que, não havendo resposta ou intervenção por parte da ESTAMO, o município irá assumir a remoção dos elementos soltos ou em risco de queda, sendo ainda necessário aguardar pela melhoria das condições meteorológicas.
Entretanto, o telhado do imóvel, situado paredes-meias com o edifício onde funciona a delegação de Leiria da Cruz Vermelha portuguesa, também tem vindo a cair, agravando o estado de degradação e ruína há muito denunciado.


A Câmara tem reclamado a posse daquele património junto do Estado, tendo aprovado a sua aquisição em 2011, com vista à instalação de um museu de arte sacra, em parceria com a Diocese de Leiria-Fátima. Mas a cedência do imóvel, que chegou a ser avaliado em 470 mil euros pela extinta Direção-Geral do Tesouro Finanças, nunca avançou.
Entretanto, na última reunião do executivo, aquando da discussão da proposta de revogação do Plano de Pormenor de Santo Agostinho, a autarquia revelou ter conhecimento de “conversações entre privados e a ESTAMO” para “dar um fim distinto ao edifício mantendo a sua estrutura”.
O REGIÃO DE LEIRIA questionou a ESTAMO sobre a eventual venda do edifício e se irá diligenciar para proceder à reparação dos danos registados, mas não obteve resposta até ao fecho desta edição.