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Campanha Fazer o Bem Olhando a Quem

Venda das edições de Natal do REGIÃO DE LEIRIA apoia cinco instituições

Cinco instituições de apoio a crianças e adultos em situação vulnerável beneficiam este ano da venda de milhares de exemplares do REGIÃO DE LEIRIA, na rua, em banca e junto de dezenas de empresas e entidades

A campanha “Fazer o bem olhando a quem” já é tradição de Natal em Leiria e nos concelhos vizinhos. Anualmente, desde o ano 2000, o REGIÃO DE LEIRIA atribui a receita relativa à venda das edições de Natal a instituições de apoio social.

Até à data, já foram contempladas 70 associações do distrito de Leiria e do concelho de Ourém, com um total de 230 mil euros, contribuindo para o desenvolvimento de vários projetos e reforço das respostas prestadas.

A campanha, que volta a sair à rua esta semana e na próxima, conta mais uma vez com a adesão de dezenas de ardinas solidários, entre utentes e colaboradores das instituições apoiadas, autarcas, representantes de diversas instituições e empresários, que se disponibilizam para dar visibilidade a esta causa.

O contributo dos leitores reverte este ano integralmente a favor da Casa do Mimo, sediado na Batalha; do centro de acolhimento “O Girassol” da Marinha Grande; da OASIS – Organização de Apoio e Solidariedade para a Integração Social, de Leiria; do pólo de Porto de Mós do Centro de Atividades para a Capacitação e para a Inclusão (CACI), da Cercilei; e da APEPI – Associação de Pais e Educadores para a Infância, de Pombal.

De sacola ao ombro, os ardinas solidários, devidamente identificados, vão percorrer as ruas e ruelas destas cidades e vilas, convidando a população a adquirir um jornal pelo preço de capa: 1,50 euros.

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Cerca de 230 mil euros foi o montante angariado nas primeiras 25 edições da campanha “Fazer o bem olhando a quem”, que o REGIÃO DE LEIRIA promove anualmente no Natal. A iniciativa já beneficiou 70 instituições do distrito de Leiria e concelho de Ourém. Este ano, a ação decorre a favor da Casa do Mimo (Batalha), do centro de acolhimento “O Girassol” (Marinha Grande), da OASIS (Leiria), do CACI da Cercilei em Porto de Mós, e da APEPI (Pombal)

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A 26ª campanha “Fazer o bem olhando a quem” sai à rua esta semana e na próxima, com a participação de dezenas de ardinas voluntários. Esta quinta-feira de manhã, dia 11, decorre em Pombal; na sexta-feira de manhã, dia 12, em Porto de Mós, e na segunda-feira, dia 15, na Batalha. Já no dia 19, a ação ganha visibilidade em Leiria, com a venda de rua da próxima semana, durante a tarde

Uma década de esforços e união para construir a Casa do Mimo

Fundação 2015 Utentes 14 utentes de CACI e 7 alunos do Agrupamento de Escolas da Batalha Área de Intervenção Pessoas com deficiência com mais de 18 anos Localização Rua de Vila Facaia, Batalha

Está a completar uma década de atividade, mas a história desta associação começou mais cedo. Em 2010, um grupo de amigos, pais e professores, “uniram esforços para dar resposta aos tempos livres e férias de crianças com necessidades especiais, sobretudo as mais dependentes”, recorda Cidália Silva, presidente da direção e sócia fundadora do Centro de Atividades e Capacitação – A Casa do Mimo.

Numa altura em que a escola caminhava para integrar todos os alunos – “uma grande conquista do nosso sistema educativo”, sublinha – as famílias deparavam-se com “a enorme dificuldade em ter respostas sociais, fora da escola, para os tempos livres dos seus filhos”.

Se para a maioria das crianças havia centros de estudos e outros espaços de ocupação, muitas das respostas existentes “não eram as mais adequadas ou não tinham os recursos humanos e materiais necessários”. Foi deste desfasamento, explica, que nasceu a Casa do Mimo, “numa lógica de igualdade de oportunidades e equidade social”.

A associação assinala agora 10 anos de existência. Uma década que, reconhece Cidália Silva, “não tem sido fácil do ponto de vista financeiro e material”, mas rica “nas experiências que se cruzaram; nos testemunhos de superação; nos voluntários, a quem devemos tanta dedicação; e naqueles que todos os dias vestem a camisola por esta Casa”.

A relação com a comunidade tem sido determinante para promover a inclusão dos jovens e adultos que integram o projeto, numa interação com várias instituições locais, numa colaboração que tem “contribuído de forma decisiva para o crescimento da Casa do Mimo”, sublinha.

A celebração do 10.º aniversário coincide com outro marco: o acordo de cooperação com a Segurança Social, que consolida a instituição enquanto IPSS, sendo que desde 2022 é já reconhecida como Organização Não Governamental para Pessoas com Deficiência (ONGPD).

No futuro, “gostaríamos de avançar para um Lar Residencial e simultaneamente, e a curto prazo, criar uma estrutura que dê resposta às crianças e jovens com deficiência, em idade escolar”, adianta a diretora. Com utentes da Batalha, Porto de Mós, Maceira e Leiria, a instituição está recetiva a apoios da comunidade. Encontrar espaços para que “os nossos utentes desenvolvam Atividades Socialmente Úteis é sempre uma forma de ajudar”, completa.

“O Girassol” tem 25 anos e já transformou dezenas de vidas

Fundação 2001 Utentes 14 Área de intervenção Crianças e jovens em risco Localização Largo Nª Sra. do Rosário, Marinha Grande

Dia 30 de abril de 2001. Esta é a data seminal para o Centro de Acolhimento “ O Girassol”, na Marinha Grande. “É essa a data que recordaremos sempre como o início da atividade, pois foi nesse dia que acolhemos as primeiras crianças, quatro irmãos”, diz Catarina Mourato, diretora técnica.

Tudo começou num apartamento com capacidade para oito crianças, numa altura em que ainda decorriam obras no edifício que agora alberga a instituição, cedido pelo município. Entretanto, a capacidade aumentou: 14 crianças, com idades até aos 12 anos.

“Apesar de muitas dificuldades, durante estes quase 25 anos de existência, já acolhemos 187 crianças. Muitas delas já são pais e mães”, salienta a diretora. Daqueles com os quais “mantemos contacto ou nos procuram para montar o puzzle da sua história de vida, o que é mais enriquecedor é saber que marcámos a diferença na vida delas e que recordam a passagem pela nossa casa, que foi a delas também, de uma forma bastante positiva e carinhosa”, refere.

O “Girassol” surgiu da necessidade de criar mais Centros de Acolhimento para Crianças e Jovens em Risco no distrito de Leiria, após um estudo na Marinha Grande ter identificado muitas situações delicadas, explica. A valência foi criada para acolher menores em perigo – vítimas de maus-tratos, abandono, negligência ou abuso sexual – garantindo cuidados adequados. A instituição acolhe sobretudo crianças e jovens da Marinha Grande e do distrito de Leiria, embora possa receber menores de outros distritos.

Após o acolhimento, a equipa procede ao diagnóstico de cada criança para definir um projeto de vida adequado, que pode incluir o regresso à família biológica, acolhimento familiar, adoção, acolhimento residencial mais prolongado ou autonomização. Segundo a diretora técnica, a instituição é bem integrada na comunidade, com crianças inseridas nas escolas e atividades desportivas e culturais, muitas delas gratuitas graças a associações locais.

O Girassol quer avançar com melhorias na casa e criar um apartamento de autonomização. Mas as necessidades “são bastantes”: o acordo com a Segurança Social cobre apenas cerca de 70% das despesas, e os donativos de empresas, particulares e fundações são essenciais.

Da encadernação ao desporto, OASIS faz a diferença em Leiria

Fundação 1991 Utentes 60 Área de intervenção Apoio a pessoas com mais de 18 anos com deficiência intelectual Localização Rua do Oásis, nº1 – Vale Sepal, Leiria

A OASIS – Organização de Apoio e Solidariedade para a Integração Social surgiu, há quase 35 anos, da iniciativa de um conjunto de pessoas com deficiência intelectual que se cruzaram num curso de informática.

Quando a ação terminou, decidiram desenvolver outras ações, primeiro num espaço cedido pelos Bombeiros Municipais, depois numa encadernação junto à Segurança Social, e mais tarde numa casa junto à Secundária Rodrigues Lobo, até avançar a construção do primeiro lar residencial da instituição, no Vale Sepal.

Segundo Cecília Neves, presidente da direção da OASIS, foi construído um segundo lar para responder ao aumento da procura, acolhendo estas duas respostas 26 utentes. Já a residência autónoma de Porto Carro, na Maceira, recebe sete utentes, que também frequentam as atividades disponibilizadas nos dois centros de atividades ocupacionais (CAO) da OASIS.

Além da encadernação e da tapeçaria, a prática desportiva também ocupa um lugar privilegiado e “muito valorizado” na OASIS, que já valeu alguns prémios aos atletas.

Destaque-se a recente participação de Dina Rosa e de Dário Frazão no Campeonato da Europa de Ju-Jitsu Adaptado, onde ambos conquistaram medalhas de bronze, no âmbito do projeto “IncluJitsu”, desenvolvido com o clube Lobos de Leiria. Mas não só. Ténis de mesa, futsal, basquetebol, andebol, natação e ginástica rítmica são outras modalidades que envolvem quase metade dos utentes da OASIS, através do movimento Special Olympics Portugal.

A instituição, que dinamiza outras atividades para quem não compete, nomeadamente em meio aquático, projeta ainda aderir ao paddle no próximo ano. Quanto aos principais desafios da instituição, Cecília Neves admite “bastantes dificuldades económicas”, sendo a necessidade mais premente o pagamento dos subsídios de Natal.

Com um universo de 58 funcionários, o peso dos encargos com os ordenados é substancial e “a comparticipação da Segurança Social não abrange tudo”, sublinha a responsável, que dá conta das obras recentemente realizadas para adaptar o sistema de prevenção de incêndios. “Ainda estamos a recuperar”, partilha ao apontar a criação de um jardim como um projeto a desenvolver quando possível.

Cercilei apoia utentes em Porto de Mós e Batalha há já 20 anos

Fundação 2006. Utentes 30 Área de intervenção Apoio a pessoas com mais de 18 anos com deficiência intelectual Localização EN 362, nº435 – Anaia, Porto de Mós

A música ganhou um lugar especial nos últimos anos no Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão (CACI) da Cercilei, sediado em Porto de Mós. O grupo de cavaquinhos já conta com 13 elementos, que se deslocam todos as semanas a Alcobaça, com o apoio da instituição, para terem aulas na Academia de Música.

Segundo adianta Susana Fabião, assistente social e diretora técnica do pólo de Porto de Mós, o grupo tem participado em várias iniciativas da Cercilei, estando projetadas diversas atuações públicas, nomeadamente no tempo das Janeiras, sendo objetivo retribuir e agradecer o apoio que a instituição recebe ao longo do ano por parte da comunidade local.

O CACI, que serve também utentes do concelho da Batalha, está prestes a completar quase 20 anos. Abriu portas nas oficinas da Câmara de Porto de Mós em 2006, tendo mudado de instalações (cedidas pelo município) em 2009. Hoje, presta apoio a 30 clientes, com idades compreendidas entre os 18 e os 53 anos.

O CACI, que funciona nos dias úteis, das 8 às 17 horas, dinamiza diversas atividades de cariz estritamente ocupacional, lúdico-terapêuticas, de desenvolvimento pessoal e social, socialmente úteis. Entre estas, destaca-se a prática desportiva, desde o futebol ao boccia, natação e ginásio, dança criativa, atividades artísticas, de estimulação cognitiva e de vida diárias.

A equipa é constituída por 11 funcionários e colaboradores, entre os quais um psicólogo, um técnico superior de serviço social/diretora técnica, um técnico de reabilitação, um terapeuta ocupacional, três monitoras, três ajudantes de ação direta e um auxiliar de serviços gerais.

O funcionamento desta resposta é assegurado através da comparticipação da Segurança Social, de verbas angariadas pelas instituição e o apoio de vários parceiros.

Além da aposta no envolvimento dos utentes em novas atividades e no reforço de parcerias, Susana Fabião aponta a necessidade de melhorias e pintura dos espaços interiores do pólo, bem como a aquisição de material informático adequado para utilização dos utentes e técnicos.

APEPI em Pombal dá nova vida a crianças retiradas às famílias

Fundação 1981 Utentes 188 (total) Área de intervenção Várias respostas sociais destinadas à população em geral Localização Largo do Arnado, Pombal

Inaugurada em 1981, a APEPI – Associação de Pais e Educadores para a Infância apresenta várias respostas sociais, desde creche institucional a casa-abrigo. Uma das respostas mais antigas, criada em 1991, é o centro de acolhimento para admissão de crianças retiradas aos pais, intitulado “A magia dos Afectos” e que foi o primeiro a surgir no distrito de Leiria.

Neste centro, as crianças recebem um sinal de esperança e conseguem ter uma infância plena: vão à escola, têm atividades recreativas e culturais, bem como desportivas. Assim que as famílias voltam a reunir condições para receber as crianças, elas regressam aos seus lares. Mas quando isso não acontece, entram num processo de adoção, explica a presidente da direção da APEPI, Teresa Pereira da Silva.

Outra importante valência é o Centro de Apoio à Vida (CAV), destinado a mulheres grávidas ou mulheres com filhos recém-nascidos sem enquadramento familiar necessário para cuidar das crianças. Neste tipo de resposta, a associação ajuda as mulheres a reconstruírem a sua vida, a aprenderem a cuidar dos filhos. Assim que a associação considerar que estão reunidas as condições para viverem autonomamente, são também reintegradas na sociedade.

Segundo Teresa Pereira de Silva, o CAV é a única valência que existe no distrito de Leiria com capacidade para acolher grávidas, Neste caso, tem uma lotação de seis mulheres e seis crianças – uma resposta insuficiente: “Todas as semanas recusamos muitos pedidos por falta de vagas”.

A presidente da direção assume que seria necessário ter um espaço maior para dar resposta à procura que existe a nível nacional.

No centro de acolhimento, há capacidade para acolher 15 crianças, entre os 0 e os 12 anos de idade.
A APEPI conta ainda com uma casa-abrigo para mulheres vítimas de violência doméstica, com lotação para 16 utentes. Estas são três respostas fundamentais a nível nacional e a prova disso é que “estão sempre lotadas, desde que foram criadas”.

Teresa Pereira da Silva destaca a solidariedade de todo o distrito, que permite que estas valências continuem a funcionar.

Textos: Carlos Santos Almeida, Carolina Santos e Martine Rainho


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