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A preto e branco: ExamiNações

Elsa Rodrigues, professora elsardrgs@gmail.pt

Esta semana foi marcada pelos resultados da primeira fase dos exames nacionais. Apesar da falibilidade, os processos de aferição externa das aprendizagens são essenciais.

Servem para avaliar os conhecimentos e competências adquiridas pelos alunos e para reforçar a atenção de alunos e professores ao longo do ano letivo. A uniformização dos instrumentos e o rigor dos procedimentos garante a idoneidade do processo, obrigando a que dos resultados se extraiam conclusões sobre o estado do ensino em Portugal. Se ao nível do 6.º e 9.º anos (que servem apenas para aferir as aprendizagens, quase sem impacto nos resultados finais) os resultados são positivos, já os do 12.º (decisivos para as médias que permitem aceder ao ensino superior) obrigam reflexão. Os suspeitos habituais para a quantidade de negativas obtida são a qualidade e empenho de professores e alunos, as partes mais interessadas em obter bons resultados, e por isso menos prováveis. Além disso, sendo os maus resultados geograficamente disseminados e obtidos pela generalidade das disciplinas terminais, deverá o Ministério da Educação apontar-se claramente como suspeito e refletir sobre a adequação dos currículos e dos instrumentos que os avaliam, e, mais importante, sobre a relevância dos conhecimentos e competências exigidos para o futuro dos alunos. Sem isso, parece-me que estaremos sempre condenados à segunda fase.

(texto publicado na edição em papel de 13 de julho de 2012)