Os investimentos recentes feitos pela Parque Escolar geraram, além de buracos orçamentais, assimetrias profundas na vivência que os alunos têm da escola.
A tendência natural é fazer equivaler melhoria de instalações a melhoria de aprendizagens e, consequentemente, de resultados. E como melhores escolas atraem mais e melhores alunos, oferecendo-lhes maior bem-estar, a equação não deve andar longe da verdade. Deste modo, as escolas não intervencionadas veem-se obrigadas a esforços acrescidos para compensar as condições que não têm e para competir em provas, exames e rankings, o que frequentemente gera situações de desigualdade e descontentamento. Por tudo isto espantou-me que, recentemente, quando interrogado sobre o grau de satisfação com as condições da sua escola, um aluno tenha respondido que ela tem tudo o que é necessário: salas e professores. Esta resposta revela a consciência profunda de que nenhuma escola, independentemente das suas condições, poderá fornecer aquilo que é essencial à aprendizagem: vontade de aprender. Mais importante, diz que esta poderá ser suficiente para ultrapassar as contingências físicas dos contextos.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>Afinal, talvez as assimetrias possam ser corrigidas através de um investimento nesse material mais nobre que é a vontade, lembrando?nos que o saber não só não ocupa lugar como é relativamente independente dele.
(texto publicado na edição em papel de 27 de janeiro de 2012)